Nessa minha primeira visita ao Canadá, no mês passado, tive a oportunidade de conhecer dois novos museus em Toronto, além de outros mais tradicionais e conhecidos da cidade. Não digo novos pra mim, mesmo porque foi minha primeira vez por lá, mas porque abriram ainda em 2018. Entre as novidades, um museu dedicado às ilusões e outro pautado pela arte contemporânea.

Mas ainda é impactante visitar o ROM – Royal Ontario Museum e sua coleção maravilhosa de esqueletos de dinossauros e a AGO – Art Gallery of Ontario, com sua arquitetura peculiar.

Eu particularmente não sou o maior entendedor de museus de arte clássica. Museus temáticos ou interativos acabam chamando mais minha atenção. Mas não me julga, bi… Só sou diferentão. 😂

Bom, agora aperte os cintos que hoje vamos fazer feliz a #BiCultural que te habita.

 

Os dois mais novos museus em Toronto

2018 foi um ano positivo culturalmente pro Canadá, que ganhou 2 novos museus em Toronto. O primeiro, Museum of Illusions brinca com nossas percepções sobre as instalações e a ilusão criada com isso. O segundo, MOCA, abriga arte contemporânea em um prédio bem interessante numa área ainda pouco explorada pelo turismo.

 

🎨 MUSEUM OF ILLUSIONS

No meu 1º dia na cidade, depois de passar pelo St. Lawrence Market, que é um dos pontos turísticos mais conhecidos, atravessei duas ruas em um cruzamento e cheguei a um dos novos museus em Toronto, o Museum of Illusions. É bem pertinho assim mesmo, dá pra combinar os dois no seu roteiro.

O nome é bastante óbvio. O museu é dedicado às ilusões que nossos sentidos podem absorver e eles são explorados de diversas maneiras. O principal, claro, é o visual. É de onde vem a expressão “ilusão de ótica”, mas algumas das instalações mexem com um outro sentido, que inventei agora, chamado “labirintitetual”. 😛 Mas já já chego nisso.

O Museum of Illusions foi inaugurado em 2015 em Zagreb, na Croácia, e se espalhou rapidamente pelo mundo. Hoje tem unidades em mais 13 cidades: Atenas, Belgrade, Berlim, Dubai, Hamburgo, Kansas City, Kuala Lumpur, Ljubljana, Muscat, Nova York, Viena, Zadar e, claro, Toronto, onde abriu em 7 de novembro de 2018. Ou seja, fui pouco mais de um mês depois da abertura.

Eu achei bem divertido, mas uma dica: não vá sozinho ao Museum of Illusions. Praticamente todas as instalações são interativas e permitem fotos bem legais. Se você estiver sozinho, como eu fui, vai depender dos outros pra tirar fotos. Estando com mais alguém, você aproveita muito melhor. Não significa que você não deva conhecer o museu se estiver viajando sozinho por Toronto, mas tente fazer amigos durante a viagem e convencê-los a ir com você! Seja persuasivx! 😉

Ele não é muito grande, então você vê tudo em relativamente pouco tempo. Todas as instalações ficam próximas uma a outra, então o tempo maior é com as fotos mesmo. O valor da entrada é um pouco salgado pro tamanho dele mas museus, em geral, não são super baratos.

Como falei, gosto mais de museus diferentes e temáticos e o Museum of Illusions é assim, te estimula, então, super casou e valeu a pena. 😉

Logo na entrada você tem alguns quadros que brincam com sua coordenação mental, como o que tem nomes de cores pintadas com uma cor diferente da que representa. E você tem que falar a cor da palavra e não a palavra (em voz alta, pra você mesmo). Isso dá um nó no cérebro. Todas as obras tem uma plaquinha ao lado explicando como interagir e explicando a ilusão, muito legal!

Esses quadros estão na parede de uma sala que brinca com a gravidade. A sala é inclinada e dentro tem um espelho. Quando você se vê, ou tira fotos lá dentro, pode fazer o Michael Jackson, por exemplo. 😛

Na frente dessa, uma outra sala com fotos clássicas que, com certeza, você já viu pipocando no Instagram, com duas pessoas dentro de uma sala, uma gigante e a outra pequenininha. Não consegui fazer foto nesse porque precisava de pelo menos mais alguém pra dar a perspectiva. #ForeverAlone 😢

Mas consegui ajuda de um monitor super prestativo do museu pra fazer foto na Sala Invertida, logo em frente. É um cenário de uma sala montada de cabeça pra baixo. Quando você olha a sua foto de ponta cabeça, parece que você está no teto. É divertido!

Algumas instalações ficam na parede, como a dos parafusos gigantes que parecem impossíveis de serem interligados da forma que estão, para quem está de frente pra obra. Pra descobrir o segredo por trás desse mistério, você vai ter que visitar o museu e ver a obra pela lateral, porque não vou contar aqui, não. 😉

Outra que não vou contar o segredo, mas que talvez não seja difícil de descobrir pela foto abaixo (que, aliás, também “usei” o monitor bonitinho do museu pra tirar pra mim), é a Head on the Platter.

Sua cabeça aparece em um prato, como o nome sugere, mas o resto do seu corpo não está lá. Cadê? Deram a Elza no meu corpo, xentchy! Se conseguir decifrar o mistério, deixe um comentário aqui contando sua teoria e como descobriu. 😉

Várias instalações também brincam com espelhos, como uma caixinha que mostra o reflexo do seu rosto de uma forma diferente, um caleidoscópio e o True Mirror, que mostra partes de você e partes da pessoa que está do outro lado dele, formando seres engraçados e esquisitos no reflexo.

Tem algumas outras instalações que brincam com espelhos, mas as principais são a Infinity Room e a Clone Table. A sala infinita é uma salinha pequena, de portas fechadas, com espelhos em todos os lados e luzinhas mudando de cor no teto, dando a sensação de um lugar infinito com vários de você mesmo, ou seja, dependendo do quanto você se ama, pode ser uma definição do céu ou do inferno, né? 😛

Já a mesa dos clones é preparada como uma fatia de pizza. Você senta em uma das “fatias”, jogado cartas com vários clones seus em uma ilusão criada por espelhos, que completam a “pizza”. Bem legal esse. Perto do caleidoscópio, fica uma sala onde rola perspectiva com uma cadeira e o tamanho das pessoas e que também é legal ter companhia pra fazer uma foto legal.

E tem outras instalações menores espalhadas pelo espaço. Algumas brincam com hologramas, outra com a luz branca se dividindo no espectro RGB (Red-Green-Blue / Vermelho-Verde-Azul) na sua sombra, outras desafiam seu cérebro com ilusão de ótica e tem até uma pintura branca no melhor estilo “Jesus aparecendo” (lembra dessa?), na qual você olha pra um ponto por vários segundos e uma imagem surge onde não tinha nada antes.

Lá no fundo do museu fica o The Vortex Tunnel, que realmente pode te deixar tontx. A atração consiste em uma pontezinha de metal passando pelo meio de um tubo feito com tecido estampado que fica girando em uma direção só, com luzes coloridas decorando o ambiente. Seu desafio é simples: ir de um lado a outro da ponte… sem cair. 😛 Entrar nesse túnel tira seu centro de estabilidade. É bem engraçado, meio bizarro.

Na saída tem uma lojinha com alguns produtos que mexem com a ilusão pra continuar a brincadeira em casa. Se você mora em Toronto, vale saber que eles também permitem fazer comemoração de aniversário lá, só entrar em contato por telefone ou e-mail. No fim desse post, coloquei os contatos e as informações práticas pra você visitar.

Vale a pena, Rafa? Eu achei um pouco caro, mas vale a pena, sim. Pela diversão e por te fazer pensar que nem tudo que a gente vê é da forma que a gente vê (pode até fazer o paralelo que quiser com sua vida, sua casa e até seu país). 😉

 

 Veja a programação de janeiro da cidade no blog oficial de Toronto 

 

🎨 MOCA – MUSEUM OF CONTEMPORARY ART

O segundo dos novos museus em Toronto não é necessariamente novo. Ele foi inicialmente criado em 1999, mas calma que não tô te engambelando não. Quando foi inaugurado, ele tinha o nome Museum of Contemporary Canadian Art (MOCCA). Em 2005, ele mudou para uma antiga fábrica têxtil no centro, onde ficou por pouco mais de 10 anos.

Em 2015, fechou as portas porque o prédio seria demolido para construção de condomínios. No ano seguinte, mudou seu nome para o atual (MOCA) e marcou inauguração pra maio de 2017.

Depois de alguns contratempos, ele reabriu as portas em setembro de 2018, então visitei depois de 3 meses com ele instalado no bairro de Junction, extremo oeste da cidade, em um antigo prédio industrial de 55 mil m² que é patrimônio histórico.

O MOCA é uma organização beneficente que conta com apoio da comunidade, membros e de visitantes pra manter seu trabalho.

Em 2019, ele completa 20 anos expondo, coletando e nutrindo práticas inovadoras de cultura e arte contemporâneas. Eu peguei o fim de uma 1ª fase de exposições, que encerrou em 6/1 e a segunda começa em 14/2.

Nessa entressafra das principais exposições, o ingresso é cobrado no esquema “pay-what-you-can”, ou seja, você paga o quanto puder e quiser pelo ingresso. Legal, né? Com a abertura da nova fase, os preços tradicionais são retomados.

Já pensando de modo contemporâneo logo na entrada, o guarda-volumes não tem um funcionário. Os armários ficam à sua disposição e você coloca uma senha para fechá-lo. Entre os armários, uma arara para pendurar os casacos. Eu, brasileiro como sou, fiquei com medo de deixar meu sobretudo ali e ele não estar lá quando eu voltar. Mas aí lembrei de quão segura é Toronto e, mesmo que ele coubesse no armário, deixei pendurado. Na volta, estava lá, lindão. Queria trazer um pouco dessa honestidade pro Brasil, mas acho que seria parado na alfândega, né? 🙁

O 1º andar é aberto e grátis pra quem quiser visitar e abriga uma obra do artista grego Andreas Angelidakis chamada DEMOS – A Reconstruction Invitation Project. É um convite a se pensar que no mundo das redes sociais que vivemos hoje, é mais difícil definir quando você é espectador e quando é ator. A instalação traz grandes blocos geométricos, tipo Tetris, cobertos com simulação de tecidos do mercado de pulgas de Atenas e com os quais o público pode montar, como quiser, paredes, arquibancadas, palco ou o qualquer outra coisa.

Ainda no 1º andar, vai ter um café chamado Forno Cultura, mas ainda não estava aberto quando visitei e, pelo que vi, ainda não está.

Pra acessar os demais andares, você precisa do ingresso e pode passar por eles na ordem que quiser. Eu peguei o elevador para o 4º andar (o 5º estava fechado no dia) e, de lá, fui descendo pelas escadas de emergência. Entre outras instalações, me chamou a atenção a Light Therapy, da artista Apolonija Šušteršič, da Eslovênia. Ela é parte do projeto Art in Use ou, no nome original, Arte Útil e propõe uma sala com iluminação artificial simulando luz do dia natural.

Em Toronto, assim como em diversas cidades que tem inverno rigoroso, algumas pessoas sofrem de depressão por conta da falta de vitaminas que o sol traz, já que ele fica por menos horas no céu. Essas lâmpadas fazem esse papel, promovendo terapia através da luz.

A sala, toda branca, fica aberta ao público para entrar, ler o material com explicações científicas e dados demográficos sobre felicidade, luz e afins. Quem é membro do museu ainda pode reservar para reuniões, meditação, clubes de livros ou sessões privadas. Essas reservas podem acontecer de 2ª e 4ª, das 10h30 às 12h30, então tente visitar o museu fora desses horários se quiser experimentar a sala.

Eu entrei e é aconchegante o clima mesmo. Não é algo, obviamente, que você entre, se sente no banco e, subitamente, sente tudo mudar. Mas é bastante agradável ficar sentado ali. Faz sentido pra você?

Nos dois andares abaixo, 3º e 2º, estava a exposição BELIEVE quando visitei, mas ela se encerrou em 6/1. Era uma mistura de um monte de coisa. Tem gente que não consegue entender arte contemporânea. Eu tô no meio entre quem consegue e quem não consegue. Pra mim, muita coisa fez sentido, outras não. E é interessante que nem tudo precisa te dizer algo, mas é legal entender o que aquilo te provoca.

Uma das instalações eram notas de dinheiro de vários países explorados (Venezuela e alguns da África, por exemplo) sob um guarda-chuva quebrado representando os governantes e líderes que deveriam olhar por essas pessoas. Essa fez super sentido. Outra, era um filme exibido em uma tela gigante curva, mas meio psicodélico, com atuações duvidosas pra passar uma mensagem que não ficou tão óbvia pra mim.

Descendo pro 2º andar, a exposição continuava com outros filmes, quadros que juntavam figuras históricas diferentes, esculturas, manequins e até uma máquina de pinball que adorei jogar e matar a saudade. 😛

Na nova leva de grandes exposições, em 14/2, a BELIEVE será substituída por obras dos artistas Chantal Akerman e Basma Alsharif. Nesse link, você pode conferir quais são as exposições que estão no MOCA no momento e quais serão as próximas.

 

 Programas para dia de neve ou chuva no blog oficial de Toronto 

 

E esses são os novos museus em Toronto. Querem também post sobre os outros museus, os famosos ROM (Royal Ontario Museum) e AGO (Art Gallery of Toronto)?

 

SERVIÇO

MUSEUM OF ILLUSIONS
Endereço: 132 Front Street East, M5A-1E2, Toronto, Ontário (mapa)
Horário de funcionamento: todos os dias, 10h às 20h
Preço*: CAD 23.50 (16+ anos) / CAD 19.50 (de 3 a 15 anos) – CAD 78.50 (2 adultos + 2 crianças)
Na Internet: site | e-mail | instagram | facebook

MOCA – MUSEUM OF CONTEMPORARY ART
Endereço: 158 Sterling Rd, M6R 2B2, Toronto, Ontário (mapa)
Horário de funcionamento: 4ª a 2ª, 10h às 17h (com exceção de 6ª, que fecha às 21h)
Preço*: pague quanto puder (7/1 a 13/2/19) e CAD 10 (a partir de 14/2/19)
Na Internet: site | e-mail | instagram | facebook | twitter

* todos os preços no Canadá são apresentados ao consumidos sem os impostos, que são cobrados no caixa. Sempre faça o cálculo com mais 13% do valor (porcentagem pra maioria dos produtos). Normalmente você verá o preço “+HST”, que é a sigla pra imposto.

 

E você? Tem alguma dica sobre museus em Toronto? Já conheceu esses dois?
Deixe seu comentário pra ajudar outros viajantes. 😉

 

O Viaja Bi! visitou Toronto a convite do Tourism Toronto. Os ingressos foram uma cortesia do Museum of Illusion e do MOCA, mas todas as opiniões expressas aqui, são independentes e refletem a real experiência como visitante.

 Artigo patrocinado – Tourism Toronto

 

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