Primeiras impressões de Budapeste, na Hungria
Foi pouco o tempo que passei pela capital da Hungria, durante a viagem #DandoAVoltaNaTcheca, com meu pai, no começo de fevereiro. Mas foi tempo mais que suficiente para algumas primeiras impressões de Budapeste.
O diferencial de primeiras impressões é que elas são extremamente pessoais e elas podem estar erradas. Ou simplesmente não funcionam pra outra pessoa como funcionaram pra mim.
Mas, num geral, muita coisa se alinha pra todo mundo. Então, vou dar aqui as minhas primeiras impressões e, se você já foi pra lá, deixe nos comentários as suas. E, se você ainda vai conhecer a cidade, volte aqui depois para compartilhar as suas primeiras impressões também.
Assim, fica fácil de compará-las e ajudamos um número ainda maior de viajantes.
Primeiras impressões de Budapeste
Eu cheguei em Budapeste por uma das estações de trem, Budapest Keleti (no húngaro: Budapest Keleti pályaudvar), vindo numa viagem noturna da Cracóvia, na Polônia. Logo que meu pai e eu descemos do trem, queríamos tomar um café antes de mais nada. Eram 8h30 da manhã e tínhamos acordado há pouco. Ainda dentro da estação, pegamos um corredor à direita antes da entrada principal da Keleti, seguindo uma placa que dizia “café”.
Ao tentarmos colocar nossas malas perto da mesa e sentar em uma delas, a mulher que estava atrás do balcão berrou algo em húngaro pra gente, claramente dizendo que não poderíamos nos sentar lá, mas não tenho ideia do motivo. Apontei pras demais mesas e ela soltou mais um monte de palavras húngaras que não tenho a mínima ideia do que eram.
Perguntei se ela falava inglês (pensei comigo, essa é uma estação que recebe vários trens internacionais, né?), e ela não olhando pra gente e sim pra um cliente húngaro começou a sorrir ironicamente e gastar um pouco mais da língua dela. Não mandei ela tomar naquele lugar porque ela não entenderia e porque a gente queria muito um café. Acabamos tomando o café que desceu desconfortável pela falta de educação daquela senhora. Era o primeiro contato com um húngaro. E foi péssimo.
De alguma forma, o comportamento daquela mulher delineou um pouco dos dias que passamos lá. Não, não é todo mundo mal educado assim. Mas tivemos outras situações. A Hungria é um país mais pobre, a moeda (Ft, o Forint Húngaro) é bem desvalorizada, mesmo em comparação ao Real, então as pessoas de lá não estão tão acostumadas a viajar e não se interessam tanto por esse mundo. E aí aparece um gringo tirando o sossego delas por conta de um café e ainda querendo sentar naquela mesa que obviamente não pode ser usada… Junção perfeita para educação não ser o ponto forte deles.
Não serei injusto. Em muitos lugares fomos muito bem tratados. No Maverick City Lodge Hostel, o atendimento superou outros hostels de cidades bem maiores. No banho húngaro, também tivemos tratamento VIP. Mas por conta da situação do país, acaba sendo mais comum a “não simpatia”.
Suponho que pelo mesmo motivo, e isso conhecemos bem aqui no Brasil, não há um cuidado com o visual da cidade e preservação da arquitetura tão visível. Muitas casas e prédios que eram perceptivelmente bonitos em algum momento do passado, parecem cenário de filme de terror, com pintura descansando, portas e janelas mal cuidadas, parecendo casas mal assombradas.
Mais de uma vez ouvi do meu pai: “nossa, é até meio assustador, né?”. Não de dia, claro, mas ele imaginava como seria passar à noite por aqueles locais.
Muitos pontos comerciais e residenciais estavam abandonados e/ou para aluguel ou venda. Tanto é que aprendemos, nessa língua indecifrável deles, como era “aluga-se”(kiadó) e “vende-se” (eladó), sem ajuda de dicionário.
Levando em conta a história que li nas paredes da Citadella, sobre o que a cidade já passou, principalmente em períodos de guerra, sendo invadida por nazistas e soviéticos, dá pra colocar em perspectiva essas impressões negativas.
Mas, nem tudo são espinhos. Isso tudo não faz de Budapeste uma cidade menos bonita, interessante, curiosa e muito menos uma cidade pra você tirar da sua lista de lugares pra conhecer.
Com algumas opções para ser vista do alto, ela encanta ao anoitecer. A vista das margens do Rio Danúbio, com as principais construções da cidade como o Parlamento Húngaro, o Castelo de Budapeste e as pontes que ligam o lado Buda ao lado Peste, quando cai a noite, faz valer a pena aqueles pequenos poréns.
Tem um charme inexplicável. Você talvez não saiba exatamente o porque, mas é encantador olhar praqueles prédios com luz refletida no rio, ou ver as crianças patinando em frente a um castelo, ou comer um doce húngaro típico com um chocolate quente delicioso vendo tudo lá do alto, em frente à Galeria Nacional Húngara. É tudo charmoso e, em sua maneira, encantador.
É também uma cidade barata, o que deixa sua carteira um pouco menos vazia depois do café da manhã, almoço ou jantar. E esse é um ponto que conta muito a favor.
Em suma, de maneira alguma eu diria pra você não ir a Budapeste. Só que na lista de lugares que eu voltaria, ela talvez só estaria na frente de Paris.
Esse post faz parte da viagem Dando a Volta na Tcheca, viagem que fiz com meu pai por 15 dias pela Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria e Polônia, em janeiro e fevereiro de 2015.
[Post originalmente publicado em 02/03/2015 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 03/10/2018]
4 Comentários
Eloah Cristina
Que lugar incrivelmente lindo Rafa. Adorei o post e todos os detalhes 🙂
Rafael Leick
Valeu, Eloah! 😉
Budapeste é realmente muito linda. Precisaria voltar pra lá com mais tempo.
Michelle
Olá! Eu também estou tendo essa impressão a respeito dos húngaros! É meu segundo dia em em Budapeste e estou achando as pessoas aqui mal humoradas e sem abertura. Viemos para o hotel em um Shuttle que pegamos no aeroporto. Para começar, nos falaram que o próximo ônibus era em 25 minutos e demorou mais de uma hora. O motorista ficou resmungando a respeito do trânsito o tempo todo e com uma direção bem perigosa. Estávamos cansados da viagem, foi péssimo! Além disso, em alguns restaurantes os atendentes são meio impacientes e até no nosso hotel tivemos um episódio assim com um funcionário. Você comentou sobre a França, também estive lá e não tive nenhum problema! Aqui acho que eles são menos preparados mesmo para o turismo. Uma pena, um país tão bonito, mas essas situações acabam causando uma má impressão e quebrando o clima da viagem…
Rafael Leick
Pois é, Michelle. É triste mesmo. Porque é lindo. E hoje, depois de tanto tempo revendo as fotos, dá muita vontade de voltar para tirar essa impressão. Mas tente não focar nisso e sim em aproveitar ao máximo a cidade. Eu tive a oportunidade de voltar recentemente a Paris e me encantei pela cidade dessa vez. Então… Tente não ficar com esse meu olhar rs E marque #viajabi nas suas fotos no Instagram pra eu acompanhar, ok?