10 Motivos para ir na 20ª Parada LGBT de São Paulo
No dia 29 de maio de 2016 acontece a 20ª Parada LGBT de São Paulo, um dos eventos mais importantes do calendário gay brasileiro.
O Viaja Bi! está atento para o evento e, obviamente, estaremos lá para fazer a cobertura.
No início do ano, fomos conferir o anúncio do tema da Parada LGBT de 2016 e no dia 24 de maio participamos de uma coletiva de imprensa que contou com a participação de organizadores da Parada, autoridades e patrocinadores.
Mas aqui no site já conversamos sobre como a Parada tem perdido prestígio e público no decorrer dos últimos anos, então quem sabe esse seja o ano para reverter finalmente essa situação.
1 – Título de Maior Parada do Mundo
A Parada LGBT de São Paulo já foi considerada pelo Guiness World Records como a maior Parada LGBT do mundo, em 2006, com 2,5 milhões de pessoas. Em 2015, segundo estimativas da Polícia Militar (que sempre puxa os números para baixo), o público foi de cerca de 20 mil pessoas. Por mais que a Polícia tenha depreciado a quantidade de pessoas, é vergonhoso para a história do evento e para a nossa cidade, que os gays de São Paulo tenham enfraquecido tanto sua maior manifestação de visibilidade.
2 – Importância Política da Parada LGBT
Muita gente reclama que a parada perdeu o caráter político e virou somente festa (já virou um clichê falar isso). Mas a pior forma de contribuir com isso é NÃO estar presente na parada. A ausência na Parada LGBT só enfraquece a visibilidade do nosso segmento. Estar lá já é uma manifestação política.
3 – A Festa
E quem vai reclamar se puder ir na Parada LGBT e se divertir também? O fato de ser um evento político não exclui o caráter de festa, especialmente para quem luta o ano inteiro pelas causas do movimento gay. Líbia Miranda, da Four X Entertainment, empresa contratada para a organização da Parada em 2016 (e que já foi responsável pela organização do carnaval da Bahia), já antecipou a participação de 30 DJs, divididos em 17 trios elétricos e presença de personalidades como Alinne Rosa, Pepê e Neném e Pablo Vittar, do hit Open Bar. Outras presenças ainda não foram divulgadas. Tomara que venham mais surpresas.
A ordem dos trios será a seguinte:
1- Trio de Abertura (após a passagem deste trio será aberta uma bandeira com as cores do segmento T de 20 metros).
2- Trio Visibilidade Trans
3- Trio Mães pela Diversidade
4- Trio da Prefeitura
5 – Trio da Prefeitura
6- Trio da Prefeitura
7 – Trio Apeosp
8 – Trio Visibilidade Lésbica
9 – Trio Militância LGBT (após a passagem deste trio será aberta a tradicional bandeira com as cores do movimento LGBT de 20 metros).
10 – Trio 10
11- Trio Lei 10.948
12 – Trio Comerciários
13 – Trio Visibilidade Jovem
14 – Trio Visibilidade Gay
15 – Trio Artistas LGBT
16 – Trio Skol
17 – Trio da Paz
4 – Sense 8
Em 2015, a Parada Gay contou com a participação de atores do elenco da fantástica série Sense 8, exibida pelo NetFlix e dirigida pelas irmãs Wachowski, responsáveis pela série Matrix (ambas são trânsgeneros). Em 2016, a participação deles está novamente confirmada, mas dessa vez vai rolar gravação de uma cena da série durante a Parada. Paradas LGBT como as de Madrid e Buenos Aires também lutaram pela gravação, mas São Paulo ganhou. Imperdível!
5 – Qualidade dos Serviços e Segurança
Para 2016, os representantes da Coletiva de Imprensa manifestaram os esforços para que a Parada LGBT ocorra no maior clima de tranquilidade, “assim como ocorreu a última Virada Cultural de São Paulo”, salientou Fernando Haddad, prefeito de São Paulo.
A região contará com uma estrutura cedida pela Prefeitura composta por oito ambulâncias de UTI, oito ambulâncias de remoção, quatro postos médicos, 30 brigadistas, 200 seguranças, 180 cordeiros e 780 banheiros químicos. Além da estrutura oferecida pelo órgão municipal, policiais militares, e policiais da delegacia de polícia de repressão aos crimes raciais e delitos de intolerância (Decradi), bombeiros civis, cordeiros para os trios; além de seguranças que completam a estrutura de apoio ao público.
Tanto a Prefeitura de São Paulo como o Governo Estadual estão participando em conjunto para que o evento seja perfeito. O total de investimentos da Prefeitura é de R$ 1.5 milhões.
6 – Parada LGBT é finalmente incluída no Calendário de Eventos Oficiais da Cidade
Você acredita que após 20 anos de eventos, a Parada LGBT ainda não fazia parte do Calendário de Eventos Oficiais da Cidade?
A iniciativa de inclusão no calendário em geral parte do legislativo municipal, mas para corrigir a situação, o prefeito Fernando Haddad assinou um decreto, durante a Coletiva de Imprensa, que finalmente inclui o evento. Segundo ele, a iniciativa de incluir oficialmente a Parada facilita legalmente a adoção de ações para apoiar e promover o evento internamente, inclusive pela SPTuris.
7 – Lei Estadual 10.948 completa 15 anos
Você sabia que o Estado de São Paulo já possui uma Lei que criminaliza a homofobia?
Cássio Rodrigo, Coordenador de Políticas para Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, lembrou durante a Coletiva que a Lei Estadual 10.948 completa 15 anos no combate à homofobia e o governo está realizando uma ampla campanha de divulgação, tanto no metrô, como em feiras e espaços públicos. A campanha utiliza a hashtag #SPcontraHomofobia.
Uma das iniciativas que ele também salientou é de que o governo tem ampliado seus esforços para monitorar os casos de homofobia levados às delegacias do Estado. Uma das medidas que visa facilitar esse monitoramento é a criação de um campo (tanto para os boletins registrados presencial ou virtualmente) para colocação da provável motivação do crime e também a capacitação de delegados e escrivãos para recepcionar melhor as denúncias.
8 – Patrocínio da Skol
Apesar dos esforços da organização da Parada, Fernando Quaresma declarou que apenas pouco mais da metade da meta conseguiu ser arrecado (o valor pretendido era de R$ 5 milhões). A falta de interesse do mercado já foi considerada também como um desmotivador para participação de influenciadores do segmento LGBT.
Esse ano, a situação está em parte revertida pois a Parada LGBT tem um patrocinador oficial, a cerveja Skol. Fabio Baracho, representante da AmBev, declarou na Coletiva que é uma honra e um sonho estar nessa parceria e que a marca contará com um trio com algumas atrações (a ser divulgado). Fabio ainda declarou que a “cerveja mais redonda do Brasil” não podia pensar quadrado. Bora tomar uma Skol pra comemorar!
9 – A Situação Política Atual do Brasil
O novo governo de Michel Temer começou extinguindo pastas importantes de seu governo, como Ministério da Cultura (que foi reintegrado) e o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, que cuidava das questões LGBT. O gesto pode significar um retrocesso na defesa de questões de direitos LGBT. No Encontro de Imprensa realizado em São Paulo, Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT – Associação da Parada do Orgulho LGBT, relembrou a importância da aprovação do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia (atualmente arquivado pela Câmara de Deputados) e de outras iniciativas no âmbito nacional.
Em abril de 2016, a presidente Dilma Roussef assinou um decreto que permite o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. “É um reconhecimento, é tirar da invisibilidade, é uma forma de enfrentar a violência e a exclusão dessas pessoas às políticas públicas. (…) Portanto, uma pessoa que nasceu João e hoje é Maria, quando ela for ser atendida pelo SUS, será chamada de Maria porque no seu crachá tem o seu nome social Maria, e não João”, declarou na época o secretário de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, Rogério Sottili.
Conquistas como essa e outras que ainda estão por vir podem ser reforçadas com a participação de um maior número de manifestantes. Bora engrossar esse número, Bis!!!
10 – Chega de Transfobia
O tema da parada desse ano está focado no grupo hoje com maiores problemas de visibilidade e também alvo de crimes de homofobia, o segmento T, formado por travestis, transexuais e transgêneros.
“Dentro do movimento LGBT temos um grupo de maior vulnerabilidade, que é o segmento T. Por isso, neste ano, o tema da Parada é “Lei de identidade de gênero, já!”, uma forma de fazer com que todos nós, unidos, sejam gays, lésbicas, bissexuais ou heterossexuais, lutemos por uma única causa: a aprovação da lei de identidade de gênero para as pessoas trans. Precisamos disso!”, conta Nelson Matias, diretor e co-fundador da APOGLBT.
Todo mundo está convocado a pintar o rosto com as cores da bandeira trans (azul, branco e rosa) e postar sua foto com a hashtag #ChegadeTransfobia.
20ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
Tema: “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a transfobia”
– Horário: das 10h às 18h
– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP
– Realização: APOGLBT
– Produção: FourX em parceria com a Groupe 360º e OCP
– Site da APOGLBT: http://www.paradasp.org.br
1 Comentários
Eloah Cristina
Está chegando o grande dia! 🙂