Novidades em Israel, Curaçao, Grã-Bretanha e outros destinos gay friendly
Na semana passada, aconteceu em São Paulo a 2ª edição da Conferência Internacional da Diversidade e Turismo LGBT, como contei aqui, e alguns dos destinos gay friendly do mundo apresentaram novidades interessantes.
Buenos Aires, a cidade mais visitada da Argentina, não para. No ano passado, comemorou o crescimento de 4,2% no turismo LGBT com a inauguração da estação de metrô Santa Fe-Carlos Jáuregui, que homenageia o ativista LGBT+ argentino Carlos Jáuregui.
Quando estive lá em agosto do ano passado, fui ver de perto e a estação não é nada discreta na homenagem. Algumas das escadas têm, em cada degrau, uma cor, formando um rainbow enorme pra quem tá subindo, além de paineis gigantes e as cores do arco-íris também pintadas do lado de fora da estação, na rua. Mas tem novidade vindo por aí.
A cidade está preparando um centro de convenções que ficará numa nova praça dedicada à comunidade LGBT+, com uma bandeira gay / LGBT enorme hasteada e decoração bastante colorida. As artes conceituais foram apresentadas por Felipe Crevatini, da Junta de Turismo de Buenos Aires, durante a Conferência.
Os estados de São Paulo e da Bahia foram os destinos nacionais em destaque. Enquanto SP trouxe toda sua diversidade no turismo e os principais atrativos para gays, lésbicas, bissexuais e trans, a terra de Ivete Sangalo mostrou cada uma das suas 13 zonas turísticas e se mostrou aberta a desenvolver ainda mais o turismo LGBT, que teve agora o pontapé inicial para ser trabalhado institucionalmente.
Os destaques de locais e eventos ficaram para o Carnaval, Parada LGBT, Ensaios de Verão, Praia do Porto da Barra e Buracão, bairro do Rio Vermelho e as festas San Island e Hell & Heaven. Vamos ver o que que a baiana tem em breve, pelo visto.
A Grã-Bretanha (que, aliás, é diferente de Reino Unido, que inclui a Irlanda do Norte) apresentou a campanha Love is Great, focada no público LGBT, da qual o Viaja Bi! já fez parte. Malcolm Griffiths e Priscila Moraes, do Visit Britain mostraram os destaques de várias cidades.
Londres, claro, foi o destaque e ouvir a apresentação com detalhes da cidade, como os pubs do bairro Soho, me deu uma nostalgia fortíssima, uma saudade de quando eu morava na Inglaterra. Ai, ai… Mas, enfim. A capital britânica terá, entre 9 de junho e 7 de julho desse ano, seu Pride Festival. O mês de comemorações encerra com a Pride in London no último dia.
Mas outras cidades também ganharam destaque. Brighton tem o título de capital gay da Inglaterra há mais de 200 anos, sabia dessa? A Brighton Pride, que acontecerá de 3 a 5 de agosto esse ano, é a maior do Reino Unido. Em 2016, o Rdoriog foi conferir o Brighton Pride Festival representando o Viaja Bi!, lembra?
Já a cidade de Manchester, famosa pelo futebol e vida noturna agitada, tem sua Manchester Pride acontecendo de 27 a 29 de agosto. Se você estiver indo pra lá, a Canal Street, sua que margeia o canal, é o distrito gay da cidade. Oxford e Cambridge também foram lembradas como cidades universitárias que são. E onde tem universitário, tem agito.
A executiva também apresentou Bath, a cidade-balneário da Inglaterra, os destaques da Escócia, como Edimburgo (que eu amo) e Glasgow e o País de Gales, que tem uma Parada LGBT também bem expressiva em Cardiff.
Pulando da Europa para os Estados Unidos, Ana Beatriz Di Pietro trouxe as novidades de Las Vegas. O destino teve investimentos altos, que vão de USD 50 milhões a USD 1,4 bilhões em novidades como uma nova arena para esportes e shows e o Las Vegas Convention Center District. Por mais que os cassinos, festas e (why not?) casamentos sejam atraentes, você sabe qual o principal motivo para os gays visitarem o destino? Musicais e shows, baby! Pense que lá ficam shows fixos de divas gays como Cher e Celine Dion. Ouvi que vem Lady GaGa por aí? Ouvi sim! Além disso, tem vários espetáculos fixos do Cirque du Soleil, um deles inclusive bem adulto #PepaPigFeelings.
Os principais eventos de Las Vegas para os LGBT, caso esteja querendo se programar, incluem o Sin City Classic Sports Festival, um torneio de esportes com 8.000 participantes que ocorre em janeiro, o Clexacon (em abril) e as pool parties Tempation Sundays (de maio a setembro), além, claro, da Las Vegas Pride e eventos de couro e fetiche. Alguns eventos de temática mais séria, mas especificamente LGBT, também acontecem na cidade como os corporativos da NGLCC a cada 3 anos, o evento literário lésbico Golden Crown (julho), um congresso médico da GLMA (outubro) e o Sin City Soiree, que há 12 anos reúne aproximadamente 300 pessoas trans para badalar e fazer novas amizades.
Seychelles, Mônaco e Noruega, destinos representados pelo mesmo escritório no Brasil, mostraram que vêm se abrindo cada vez mais ao público LGBT. Seychelles como um destino romântico, Mônaco como de luxo e a Noruega, principalmente, pra quem curte natureza e aventura. Esse último seria onde eu me encaixaria, fácil, fácil. Noruega é um dos meus destinos que estão no topo da wishlist. Qual seria a sua escolha?
Renata Cohen, a representante do Ministério de Turismo de Israel no Brasil, abriu sua apresentação mostrando um vídeo fantástico sobre 68 coisas que você provavelmente não sabia sobre o país. Sabia que foi lá que nasceu o WhatsApp e o Waze, por exemplo? O vídeo é de 2016, mas é demais, muito engraçado. Dê o play.
O país, bem novo, completa em 2018, seus 70 anos de existência. E, para comemorar, uma notícia excelente. No dia 12 de dezembro, a Latam inaugurará o primeiro voo direto entre São Paulo e Tel Aviv. As vendas começaram em abril (mais informações aqui).
A executiva afirmou que Tel Aviv foi considerada a 1ª cidade gay friendly do mundo.
E, até hoje, a Tel Aviv Pride figura entre as principais Paradas LGBT do mundo, reunindo milhares de pessoas no meio daqueles(as) israelenses lindos(as) e gostosos(as). Também por isso, é um dos destinos que atrai muitos homens gays solteiros. Imagina o bafo. A Pride desse ano acontece no dia 8 de junho. Bora?
🏳️🌈 6 motivos pra visitar Tel Aviv (Israel), o óasis gay do Oriente Médio
E Curaçao, a ilha das cores no Caribe, tem iniciado um trabalho forte com o público LGBT+. Não é só na Curaçao Pride, em setembro, que a ilha recebe bem os turistas do arco-íris não. Sabia que existe um hotel gay só para adultos em Willemstad?
É o Floris Suite Hotel Spa & Beach Club. Babado! É um hotel grande e seguindo os padrões internacionais. Se você quer um hotel boutique menor e mais intimista, o Amalia Boutique Hotel & Apartments também é super gay friendly. No ano passado, conheci o dono do Amalia e fiquei encantadíssimo, com muita vontade de conhecer. Quem sabe, né? 🙂
Além dos destinos
Os destinos fizeram suas apresentações e nos fizeram ficar morrendo de vontade de ir pra todos eles. Mas outras apresentações também foram bastante importantes para o Turismo LGBT. Minha amiga Meg Cale veio com uma apresentação dois-pés-no-peito falando brilhantemente do marketing direcionado às mulheres LBTQ (lésbicas, bissexuais, trans e queer) em viagens. Não é porque é minha amiga não, mas ver as apresentações da Meg é sempre esclarecedor e ilumina nossa visão das coisas. Recomendo! Ela fará essa apresentação também na Convenção da IGLTA, em Toronto, no Canadá, agora em maio. Se estiver por lá…
Outra apresentação incrível, como já era de se esperar foi do Ed Salvato, que ajudou a entender o mercado de viagens LGBTQ e como criar vantagens para ele. Ele fez um panorama geral do turismo LGBT no Brasil também, que foi bem interessante.
Uma empresa do turismo que vocês já sabem que eu sou fã, pelo trabalho que vem fazendo em prol da diversidade, é a AccorHotels. O que eles vêm fazendo no Brasil é pioneiro e case para a rede no mundo inteiro. Babado, confusão e gritaria. E fico muito feliz de ter feito parte desse início com eles, na Parada LGBT do ano passado.
Inclusive meus vídeos do Instagram Stories para vocês no quarto conceito N’Room do Novotel Jaraguá estava lacrando na apresentação do Embaixador LGBT da AccorHotels no Brasil, Ewerton Camarano, também conhecido no meio como “homão da porra”. 😛 Ele falou de todas as ações que a rede fez no último ano, incluindo a ação no Carnaval 2018 com a escola de samba Império de Casa Verde e a Câmara LGBT. Olhando tudo que eles fizeram, nem parece que eles tão completando 1 ano desse Comitê LGBT. Bafão.
A última, mas não menos importante, fala do dia foi minha. Quer dizer, mais ou menos… Eu participei de um painel sobre Veículos LGBT no Turismo, onde a gente conseguiu debater vários pontos de vista, como produção de conteúdo, ativismo e mercado de turismo LGBT no Brasil. Foi muito show! Brigado a todo mundo que estava lá até o finalzinho pra ver a gente! 🙂
Rolê em Sampa com os amigos de fora
E, depois de tanto conteúdo bafônico, eu também consegui curtir um pouco os meus amigos tão queridos que não vejo com tanta frequência por conta da distância. Passei boa parte da semana na companhia da Meg, do Tyler e do Átila, entre outros que foram se revezando nos encontros pós-evento. Meu amô, só te digo uma coisa… A nova geração do #TurismoLGBT do Brasil já chegou! Beijos de luz! 😛
Eu aproveitei a estadia deles aqui para mostrar um pouco de São Paulo pra eles. E, na verdade, descobrir, porque fui em muitos lugares novos com eles. A abertura da Conferência LGBT foi na Sala São Paulo, um prédio lindíssimo numa área super degradada no centro da cidade. É lindo e triste. 🙁 Mas super valeu porque nunca tinha nem entrado lá.
Outro lugar novo pra mim, foi o Cabaret da Cecília, uma casa que abriu há poucos meses nas ruas próximas ao Mackenzie, com personagens caricatas, algumas seminuas, outras vestidas de modo bem pomposo, tudo para dar vida ao estilo cabaré underground. Proposta muito diferenciada, vale a pena conhecer.
Também fui conhecer a Eagle, uma casa que fica em uma travessa da rua gay Frei Caneca focada no público urso. Não sabe o que é urso, bi? São os homens gays mais peludinhos e, muitas vezes, gordinhos e mais velhos. É uma balada bem tradicional da cena gay de SP e eu não conhecia. Saímos de lá e fomos conhecer a Brutus, uma festa nova na cidade, que tem a mesma vibe, mas com pegada fetichista, que aconteceu na Casa da Luz, um casarão abandonado ao lado da Estação da Luz. Parece cenário de filme. Eu gostei bastante e, pela primeira vez na minha vida, usei uma jockstrap. #sinceridades
Outra novidade foi assistir episódios de RuPaul’s Drag Race no Metropol, bar LGBT que fica dentro da Galeria Metrópole. Eu não sabia o que esperar, mas adorei. Parecia um monte de hétero assistindo futebol no bar. Só que com muito glitter e plumas.
Mas eu também levei o povo para conhecer lugares que eu eu já tinha ido, como a deliciosa Castro Burger, hamburgueria pautada pela diversidade, e o Athenas e o Violeta, barzinhos bastante conhecidos e altamente frequentado pelo público LGBT nas esquinas da Rua Augusta.
Foi incrível passar esse tempo com eles na minha cidade do coração.
O Viaja Bi! é media partner da Conferência LGBT, que também teve um dia dedicado aos Direitos Humanos e outro às Empresas.
2 Comentários
Tiago
<3
Rafael Leick
🙂