Roteiro de 9 dias na Namíbia, minha 1ª vez na África
Viajar pela Namíbia foi uma experiência inesquecível. Foram 9 dias de paisagens surreais, animais gigantes e majestosos, tribos que cultuam seus ancestrais, estradas de todos os tipos, climas diversos e, como não poderia deixar se ser, alguns perrengues básicos. E outros nem tão básicos assim.
Foi uma experiência e tanto para minha primeira vez na África. Fiz essa viagem representando o Viaja Bi! e o Viagem Primata (então já confira os perfis no Instagram aqui e aqui) junto com meu amigo Rafael Kosoniscs do blog Seu Mochilão num projeto que chamamos de Mochiláfrica (busque as fotos com #mochilafrica).
Meu voo saiu do recém-renovado Terminal 2 do GRU Airport (Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo), pela companhia angolana TAAG, até Luanda, em Angola, para uma escala antes de seguir para Windhoek (pronuncia-se “Vínd-rruki”), capital da Namíbia.
Chegando em Windhoek
Chegando ao Aeroporto de Windhoek, fomos até a locadora de veículos Hertz para concluir a locação do carro, um SUV Toyota Forester 2.4, que seria nosso companheiro de guerra nessa viagem… e que foi valente! Virou o 3º membro do time Mochiláfrica, sem dúvida, durante os 2.830km rodados nesses 9 dias. Adianto que gastamos pouco com diesel, mas pra informações mais detalhadas, leia o post sobre quanto custa viajar pra Namíbia.
Na locação do carro, fique atento, pois o site da Hertz (e na nossa reserva confirmada) diz que o carro era 4×4 e, na verdade, eles só tem 4×2 na categoria SUV. 4×4 só os jipes. 🙁 Vale lembrar que na Namíbia é usada a mão inglesa, tudo ao contrário, então recomendo um carro automático se você não estiver acostumado. Alugue seu carro aqui.
Como foi demorado no aeroporto e, pegando a estrada, ainda paramos numa loja de equipamentos de camping para comprar o gás do fogareiro, optamos por dormir em Windhoek mesmo e achamos no Booking o Sharon Rose Guesthouse, que nos pareceu uma escolha razoável. É super simples, mas valeu pela noite. 🙂
O primeiro trecho da viagem fizemos acompanhados de um segundo carro, com o Gusti Junqueira, do blog Vagamundagem e mais 3 amigos dele.
Passamos no supermercado para nos abastecer para a viagem toda. Como o Rafa levou o fogareiro Jet Cook, da Azteq (leia o review dele), compramos macarrão, molho e nhoque para cozinhar, cookies, suco, frutas, chocolate, leite e cereal, entre outras coisas, para o café da manhã e lanchinhos enquanto dirigíamos. Aproveitamos e compramos lá também o adaptador pra tomada deles, que é bem diferente do nosso.
Naquela noite, saímos para o Joe’s Beerhouse, bar bem turístico, para tomar uma cerveja e suco de maçã e experimentar game food, ou seja, carnes de animais típicos e selvagens. Eu pedi um combinado que vinha carnes de zebra, crocodilo, oryx (ou órix, o antílope nacional da Namíbia), springbok (um veadinho) e kudu (um antílope gigante). Gostei de quase todas, mas a de crocodilo e zebra não me apeteceram tanto. As melhores foram de oryx e kudu.
AfriCat Foundation
No dia seguinte, fizemos um passeio que eu estava ansioso por fazer. A caminho do Etosha National Park, o principal ponto turístico e de observação animal da Namíbia, paramos na AfriCat Foundation, que fica na Reserva Natural Okonjima. Eles resgatam animais que ficaram órfãos e/ou não conseguem mais serem reintroduzidos na natureza.
Lá, fizemos game drive (passeio de carro aberto para buscar animais para observar) com um guia local, bem gato por sinal, e que nos levou para alimentar um leopardo fêmea chamada Lewa e para ver cheetas.
No caminho entre a estrada principal e a entrada do AfriCat, vi vários animais que não vi no Etosha (por azar mesmo), como macacos babuínos e chacais, por exemplo. Também quase não dei sorte de ver felinos no Etosha, então, super recomendo a visita à AfriCat. Vi também um suricato e vários javalis (inclusive filhotes) e foi inevitável não lembrar do Timão e Pumba, do Rei Leão. 🙂 Nesse dia, seguimos viagem até o camping Onguma Safari Campsite, na porta do Etosha, bem em frente ao Mokuti Etosha Lodge. Como já tinha fechado, conseguimos um lugar ao lado da portaria pra armar as barracas, por um preço mais em conta.
Etosha National Park
Os dois dias seguintes foram dedicados ao Etosha National Park (site oficial), que ocupa 22.270km2 e abriga, além de inúmeros animais, paisagens deslumbrantes, que parecem ter sido montadas perfeitamente para a gravação de um documentário ou para uma pintura que você adiciona ao seu fundo de tela do computador.
É bizarro quantas vezes você solta um “caralho!”, “olha essa paisagem!” ou “Wow! Elefantes!”. A vista ficou marcada pra sempre na memória e eu voltaria pra lá, sem dúvida nenhuma, e dessa vez pra ficar mais dias. Depois de um primeiro dia cheio de surpresas boas, dormimos num camping dentro do parque, o Halali Camp.
O segundo dia não foi tão produtivo, quase não vimos animais e as paisagens estavam um pouco mais melancólicas pelas nuvens de chuva que cairiam mais tarde, quando já tivéssemos deixado o parque. Valeu, um pouco, por ter visto, de muito longe, um leão e uma leoa, um minuto antes de deitarem e ficarem quase invisíveis no meio na paisagem.
Ficaram faltando, no Etosha, ver os felinos, o rinonceronte, o rinonceronte negro africano, além de macacos, suricato e outros mais. Só o hipopótamo que parece que não tem mesmo. Se a viagem fosse mais longa, eu dedicaria mais um dia ao Etosha, já que uma das principais coisas que eu queria nessa viagem era o contato mais próximo com a vida animal selvagem, com o mínimo de interferência humana possível.
Saindo do parque, paramos na pequena cidade de Outjo para almoçar e comprar um mapa rodoviário. Nos separamos do outro carro e seguimos viagem no sentido oeste da Namíbia, até Kamanjab, perto de uma tradicional tribo, onde montamos acampamento.
Tribo Himba
Acordamos no acampamento e a Tengo Venessa, nossa guia e intérprete na Tribo Himba, veio nos buscar para iniciarmos a visita. Ela já não usa mais as vestes tradicionais ou cobre o cabelo com argila, pois foi estudar em Windhoek e não conseguiu se readaptar a todos os costumes, mesmo ajudando em todas as tarefas da tribo.
Já me disseram que esse tipo de passeio não é legal por ser um “safári humano”. Eu discordo e acrescento que o que molda sua visita é como você a faz. Mas falarei melhor sobre o assunto num outro post.
A visita à Tribo Himba foi inquietante. Me deixou constrangido, não por conta dos seios das mulheres à mostra, mas por ser eu um visitante que não sabia me comunicar na língua delas. Me deixou intrigado, não pela argila cobrindo os seus cabelos, mas por como viviam em suas atividades diárias e quanto o turismo impacta nelas, pro bem e pro mal. Me deixou impactado, não pela luz da sala de aula na escola local ser feita com um fundo de garrafa pet com água colocada em um buraco no teto, mas por ver as crianças tão acostumadas com os turistas (nós), mas tão alheias à cultura que nós levamos conosco.
Saí de lá desconfortável, como qualquer acontecimento que te tira da sua zona de conforto deve te deixar. Saí com inúmeros questionamentos a cada nova resposta. A minha história com tribos, a Himba nesse caso, só começou.
Gravuras rupestres de Twyfelfontein
Saindo da Tribo Himba, seguimos viagem para outro tipo de ancestralidade. Twyfelfontein é o nome do lugar, distante e remoto, que abriga as gravuras rupestres encravadas em pedra.
Os desenhos, de animais principalmente, foram feitos pelos bushmen, povo nativo da região, com quartzo, pedra mais dura e resistente que as rochas, que receberam os desenhos entre 2 e 6 mil anos atrás.
A visita é rápida e o caminho até lá, tortuoso, mas se você tiver um tempo no seu roteiro, vale incluir, pelas gravuras e, mais do que isso, pelo caminho até lá e saindo de lá. Estando de carro, por conta, o trajeto vale tanto quanto (ou mais) que os pontos de parada. A Namíbia te oferece isso.
Você pode virar sua cabeça para a direita, por exemplo, e se deparar com 9 girafas monumentais, paradas e enfileiradas em cima de um morro, olhando pra você, parecendo guardiãs da natureza, como aconteceu com a gente a caminho do nosso próximo destino.
Skeleton Coast Park
A chegada à Skeleton Coast Park (ou Parque da Costa do Esqueleto) foi surreal. Todas as paisagens pareciam mágicas e, a cada curva, uma surpreendia mais que a outra.
Chegamos, enfim, ao Namib Desert (Deserto da Namíbia), o mais antigo deserto do mundo. E, em um ponto da estrada, de pouquíssimo movimento, fiquei boquiaberto e a parada daquela vez para apreciar a paisagem e tirar fotos demorou mais que o esperado, pois, além de todas as fotos, suficientes para montar um book fotográfico, levei um tempo para absorver tudo aquilo.
Uma vista e tanto do deserto de dunas de areia que se encontram com o oceano em uma região perigosa. Diversas embarcações já naufragaram por ali. Dá, inclusive, para ver a carcaça de navios na praia. Somado a isso, para fazer jus ao nome da costa, estão esqueletos de baleia, mas esses não vimos, infelizmente. Aliás, tem muitas outras estruturas de navios, bem maiores do que o único que vimos, mas deviam estar mais pro norte. Antes de pegar a Skeleton Coast, vale uma pesquisa pra saber dos principais pontos da estrada. 😉 #ficadica
Mas a gente visitou também uma máquina extratora de petróleo e passamos para almoçar na pequena cidade de Hentiesbaai (ou Henties Bay), no Myl 50 Restaurant, com a comida mais gostosa e saborosa e deliciosa que comemos em toda Namíbia! Se passar por lá, é parada obrigatória pra comer a carne de oryx deles. E pode falar que viu a dica aqui nesse blog brasileiro porque deixei meu cartão com eles, tá? 😛
Nessa cidade, paramos em um lava-rápido bem na entrada da cidade, achando que era, por engano, também um posto de gasolina, mas o lugar tinha um clima meio tenso. As pessoas ficaram olhando pra gente como se fôssemos aliens. Bom, imagine só: dois brancos com um carro SUV luxuoso todo coberto de lama e areia, parando pra perguntar do posto e recusando a lavagem do carro… Eu também olharia estranho.
Vale ressaltar que se você, branco, tiver o mínimo de preconceito racial que seja, vai ser posto em cheque o tempo todo. Aqui, o diferente é você, meu amigo! E mesmo que tenhamos a consciência, fomos criados numa sociedade que aponta o dedo para a questão, então, até você pode carregar com você esse mal. Eu carregava sem me dar conta. Aproveite a viagem e livre-se dele! 😉
Swakopmund
Nosso destino, nesse dia, foi Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia e que, mesmo assim, é pequena. É também a capital namibiana (e uma das principais da África) dos esportes de aventura. Dá pra fazer skydiving, mergulho e vários outros esportes radicais.
Dormimos aquela noite no Swakopmund Backbackers. O clima do lugar era esquisito, mas caminhando, no dia seguinte, vi vários outras hospedagens que parecem valer a pena, como Namib Guesthouse e o Desert Breeze Lodge, se você quiser mais conforto e o Skeleton Beach Backpackers e Villa Wiese Backpackers Lodge, se quiser economizar. Veja todas as acomodações em Swakopmund e escolha a sua.
Para turistar (e fugir do conceito abordado até agora de respeitar a vida animal em seu habitat natural), você pode conhecer o Aquário, o museu das cobras e outros répteis The Living Desert Snake Park ou pode dar uma volta no píer pra tirar umas fotos e caminhar pela cidade atrás dos prédios mais conhecidos. Foi isso que eu fiz, o píer e essa busca aos prédios, em umas 2h. Bem tranquilo. Muito da arquitetura da cidade é inspirada no estilo alemão por conta da colonização.
Vale uma parada para café da manhã, almoço ou café da tarde no café e pub Cordes & Co.. Comida boa, em grandes porções, atendimento excelente e tem WiFi. É mais turístico e mais próximo do que já conhecemos nas grandes cidades. E está cheio de brancos… Ou seja, bem turístico e um pouco menos do esteriótipo africano.
Valeria a pena ter ficado mais um dia lá na cidade, mas nosso tempo era curto. 🙁
Sossusvlei
Encarei um dos meus trajetos mais longos, cortando o Deserto da Namíbia, o mais antigo do mundo, entrando no Namib-Naukluft Park, onde fica Sossusvlei, com suas famosas dunas de areias gigantes e árvores mortas cinematográficas.
No caminho, a parada em Solitaire é obrigatória, para encher o tanque do carro e tirar fotos dos carros abandonados que formam um cenário tão desolador quanto encantador.
Ali também fica o Solitaire Lodge e um restaurante. Um pouco antes da cidade também tem outra hospedagem: Solitaire Desert Farm.
Dica: na janela do posto de combustível de Solitaire, tem vários adesivos. Tire uma foto usando a hashtag #viagemprimata ou #viajabi e marcando os perfis do Viagem Primata e do Viaja Bi! no Instagram se conseguir encontrar o adesivo do Viagem Primata por lá (um macaquinho verde com óculos de sol e o planeta Terra)! 😉
Outra parada, um pouco antes, é na placa que marca a passagem do Trópico de Capricórnio, que corta São Paulo também. Lá também tem um adesivo do blog, te desafio a encontrar! 😉 Os Nerds Viajantes encontraram, olha só.
Depois de Solitaire, fique atento para parar em Sesriem, o vilarejo de Sossusvlei, onde você compra sua entrada por NAD 80 por pessoa (+ NAD 10 pelo carro) e onde fica o camping (dentro dos portões) e o Sossusvlei Lodge. Um pouco antes, da estrada, vi os chalés do Desert Quiver Camp de longe e fiquei com vontade de parar, parecem ser bem legais, mas estávamos com horário apertado, então passamos direto. Outra opção de hospedagem que não é com barraca, mas é mais rústica é o Desert Camp. A vantagem dessas hospedagens é a proximidade com o atrativo.
Ia acampar no camping de Sesriem, mas não dormi ali pois nosso carro atolou na areia. E aí que percebemos que a Hertz nos alugou um 4×2 em vez do 4×4 mostrado no site e na reserva. 🙁 Faça sua reserva com antecedência pela RentCars.com para evitar a dor de cabeça. Deixamos para alugar muito em cima da hora, então não tinha mais carros quando tentamos reservar por lá, nossa primeira opção.
Chegue antes do pôr do sol, porque não é seguro dirigir à noite na Namíbia (TODO mundo nos fez essa recomendação), talvez por não atropelar os animais, e porque os portões de Sesriem se fecham ao anoitecer, por volta das 20h.
Só conseguimos ajuda no dia seguinte para desatolar o carro, onde dormimos, e pudemos conhecer as dunas incríveis de Sossusvlei, que rendem fotos maravilhosas e é uma visita e tanto. Dá pra fazer um book completo. E nós fizemos. 😛 Subimos uma parte da maior duna, Big Daddy (325m), pelo lado inverso, o que me matou, mas a vista de lá é um desbunde! Lindo demais, só suba pelo lado certo. 🙂
O caminho de volta à capital, Windhoek
Saindo das dunas, caímos na estrada de novo e encaramos mais muitas horas até a capital da Namíbia, Windhoek. E o caminho é cheio de paisagens incríveis e deslumbrantes. Mas pegamos chuva em estrada de terra e das perigosas.
Nessa rota, siga sempre pela estrada do tipo C, que é melhor do que a D, que o GPS tinha mostrado como melhor caminho. As estradas de melhor qualidade são as B (Windhoek-Etosha, por exemplo). Depois vem as C, de terra batida e/ou cascalho, e as D, que são bem ruins.
Tive momentos mágicos na volta. No meio da estrada, acompanhei 3 zebras galopando ao lado do carro, quase que na mesma velocidade que o carro estava e encontrei um grupo de babuínos que gritaram pra mim. Foi o máximo ver, também, a bundinha empinada de um javali tentando passar por baixo de uma cerca, no melhor estilo Pumba fugindo dos leões e entalando numa árvore, n’O Rei Leão.
Vi também a carcaça de uma zebra morta. Aparentemente, pela lógica da posição dele e situação da pele, ela quebrou a pata. Como estava à beira da estrada, ela pode, também, ter sido atropelada. 🙁
Chegando em Windhoek, fomos novamente ao Joe’s Beerhouse para comer, mas acho que a carne de zebra que comi, não tava muito boa, não me desceu bem. E eu confundi e pedi errado a de zebra em vez da carne de oryx, que gostei bastante.
Dormimos no mesmo B&B da primeira noite, o Sharon Rose Guesthouse, porque ficava mais cômodo pra gente e porque o Rafa esqueceu o chinelo dele por lá, que não foi recuperado. A situação de “recuperação” foi bem diferente do nosso encontro, no dia seguinte, com a guia da Tribo Himba, que viajou 45h de carona para devolver o celular do Rafa, que foi roubado na barraca, enquanto visitávamos a tribo. E ela encontrou até quem pegou. Fica a dica pra não deixar nada de valor na barraca.
Essa situação não elimina todo encanto de visitar a tribo. Uma experiência dessa não pode ser maculada por uma única pessoa mal caráter, mas que vive em situação bem mais miserável que a nossa. Não temos que concordar com o ato, mas procurar entender. O Rafa contou essa situação nesse post.
Com tudo resolvido, seguimos numa viagem mais longa para o Brasil. Eu comprei uma girafa gigante, com quase minha altura, no aeroporto da Namíbia por NAD 800, o equivalente, em fevereiro/2017, a R$ 200. Em terras brasileiras, ela não sairia por menos de R$ 1.000 e eu imagino que o valor padrão seja o dobro disso. Foi um parto para trazer, mas ela é linda e fez sucesso no voo! 😀
Voltando para o Brasil
A volta para o Brasil com a TAAG foi um pouco mais bagunçada. Chegando em Luanda, disseram que éramos pra já ter recebido nossas passagens Luanda-SP, que a equipe de check-in disse que seria entregue na conexão. Ela foi entregue… Mas em meio ao caos. A funcionária da TAAG foi até o meio do saguão do pequeno aeroporto, com os passageiros já dispersos há, pelo menos, meia hora e começou a recolher os passaportes, para ir “lá dentro”, emitir o cartão de embarque de cada um e voltando, com o cartão e o passaporte. Aparentemente, teve overbooking (quando a companhia vende mais do que pode atender), mas essa não foi a justificativa oficial.
Depois de toda a confusão, com muito calor durante a escala de 5h, começou o embarque e mais confusão, mas dessa vez causada por um brasileiro (tinha que ser ), que queria um upgrade a qualquer custo porque ele e a esposa dele era idosos (55 anos) e doentes (não entendi exatamente qual foi o exagero nessa parte, mas teve). Gritou com os comissários, foi até a Classe Executiva sem permissão e voltou gritando que tinha lugar vago lá, que ele era doente e precisava sentar lá. E faltando educação com a equipe de bordo. Até que outros passageiros brasileiros começaram a gritar com ele, pra ele calar a boca e sentar, porque estava atrasando o avião. E estava mesmo, só faltava o bonito que não quis pagar mais caro e quis dar o gato na companhia. Que feio!
Durante o voo, as opções de peixe ou frango se reduziram a “temos somente peixe, senhor” bem na fileira à minha frente. Não como peixe. Com isso, a comissária se limitou a sugerir que da próxima vez, eu reservasse comida especial com antecedência. Expliquei que nunca reservei, porque nunca tinha acabado assim a comida. De qualquer maneira, o que achei ruim foi ter um dos pratos como não “coringa”. Se fosse massa, eu comeria sem problema. Mas põe frango e um prato que tem um número considerável de pessoas que não come, num voo cheio de brasileiros! Faltou pesquisa de mercado da TAAG. Mas apesar de tudo, o voo foi tranquilo. E dormi muito com uma versão do Dramin na cabeça, que comprei na Alemanha, na viagem Dando a Volta na Tcheca, com meu pai.
Roteiro de 9 dias na Namíbia, na África
Dia 1
Chegada a Windhoek e passada no supermercado para compras e na loja de locação de equipamento de camping (só o gás, no nosso caso).
Pernoite: Sharon Rose Guesthouse.
Dia 2
Visita à AfriCat Foundation e caminho até o Etosha National Park.
Pernoite: camping Onguma Safari Campsite, em frente ao Mokuti Etosha Lodge.
Dia 3
1º dia de visita ao Etosha, entrando pelo portão Namutoni Gate, indo para o norte para ver elefantes e depois descendo novamente sentido oeste.
Pernoite: Halali Camp.
Dia 4
2º dia de visita ao Etosha, rumo ao lado oeste do parque e saída pelo portão Ombika Gate, próximo ao Okaukuejo Camp. Parada para abastecer, comprar souvenirs e almoçar em Outjo. Caminho até Kamanjab, com outra parada para abastecer e comer e volta de 20km até o acampamento perto da Tribo Himba.
Pernoite: Otjikandero Himba Village & School Campsite.
Dia 5
Visita à Tribo Himba, nova parada em Kamanjab para mais compras no supermercado e muita estrada até Twyfelfontein.
Pernoite: Aba-Huab Reception.
Dia 6
Visita às gravuras rupestres de Twyfelfontein, passagem pela Skeleton Coast, pela cidade de Hentiesbaai e chegada às 20h, ao anoitecer, em Swakopmund.
Pernoite: Swakopmund Backbackers.
Dia 7
City tour por conta em Swakopmund e caminho para Sesriem, onde fica o camping de Sossusvlei.
Pernoite: carro atolado na areia. 😛
Dia 8
Visita às dunas de Sossusvlei e caminho de volta para Windhoek.
Dia 9
Devolução do carro e embarque para São Paulo.
Tem alguma outra dica para um roteiro de 9 dias na Namíbia? Deixe nos comentários pra ajudar outros viajantes!
O blogueiro viajou com apoio da GTA Assist. A viagem faz parte do projeto Mochiláfrica.
[Post originalmente publicado em 08/03/2017 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 02/10/2018]
26 Comentários
Bruno
Show… adorei
Rafael Leick
O lugar é sensacional!!!
Rafael Kosoniscs
Cara, que viagem memorável. Belo post! Nunca vou esquecer aquelas paisagens. Valeu pela cia da viagem!
Rafael Leick
Valeu, Rafa! Foi A viagem mesmo! Valeu você também pela companhia. Achei que não ia te aguentar e, olha lá, 9 dias! hahaha
As paisagens vão ficar pra sempre no fundo de tela do nosso cérebro rs
Jeff Slaid
Que incrível a trip pela África, até então desconhecia esse lado do continente e me despertou uma possibilidade de aventurar por lá! <3
Rafael Leick
Pois é, até eu comprar a passagem, nunca tinha pesquisado sobre a Namíbia. Eis que me aparece essa grata surpresa! 😉
Se tiver a oportunidade, vá! 🙂
Helder Ribeiro
Rafa, beleza?
Rapaz, minha viagem está quase chegando. Estou com um pouco de dúvida sobre quanto levar em dinheiro. Estou tentando imaginar o quanto eu vou gastar com combustível. Você tem uma ideia de quanto vocês gastaram e quantos quilômetros rodaram? Só pra ter uma ideia bem por alto…
Valeu!
Helder
Rafael Leick
Fala, Helder!
Então, eu vou preparar um post com TODOS os gastos. Mas, enquanto ele não vem, eu levei USD 1.000. Chegando lá, troquei USD 700 por dólares namibianos. E foi o que eu gastei. Tive uns gastos menores no cartão de crédito, mas bem menores mesmo.
A gente rodou, nesses dias, 2.830km no total. E gastamos R$ 676 na conversão (isso os dois, ou seja, R$ 338 cada) com diesel pro carro em todos esses dias. Eu achei bem razoável pelo tanto que rodamos. 🙂
Abs
Carla Boechat
<3 <3 <3 Muito amor por esse post!!!!
Que viagem incrível, Rafa! Pude sentir cada pedacinho dela com seus relatos. Namíbia é um país que ainda vou conhecer direito… Suas fotos me inspiraram!
Rafael Leick
Ah, Carlinha, vindo de você o elogio é dobrado! 😉
Fico feliz que tenha se inspirado e sentido o relato, foi escrito com o coração.
Alice
Olá! Amei o relato! Ano passado montei um roteiro com um amigo pra irmos a Namíbia em junho (sim, bastante antecedência rs) e esta muito parecido com o seu! Já mudamos algumas coisas por causa do seu relato, tipo não íamos no Africat, agora vamos hehe outra coisa que queremos mudar é o caminho do etosha pra Swakopomund, íamos por fora, agora queremos fazer por dentro coMo vc fez, pela costa dos esqueletos, foi tranquilo esse trajeto? Estaremos com um 4X4 (assim espero rs). Outra coisa, teve lugar pra abastecer o carro dentro do etosha? Recebemos um aviso do Okaukuejo (onde nos hospedaremos) que nesse camp não tem diesel, foi tranquilo manter o carro abastecido durante toda a viagem? Obrigada!
Rafael Leick
Oi, Alice, tudo bem? Obrigado pelos elogios e desculpe a demora pra te responder.
Tenho certeza que você vai amar a viagem e fico feliz que meu relato te ajudou no roteiro, espero que depois você volte aqui pra me contar como foi! 😉
O trajeto do Etosha pra Swakopmund pela Costa dos Esqueletos foi tranquilo sim, mas é bastante longo e vá abastecido. O caminho é lindo e vale muito a pena. Sobre os postos no Etosha, a gente entrou no parque pelo lado direito (Namutoni) e abasteceu lá, com diesel, tranquilamente. Também abastecemos no segundo dia em Halali. Não tenho certeza se paramos para abastecer em Okaukejo, então não sei te dizer se tem diesel. Mas todos os postos que paramos no país todo tem, estranho não ter lá. Você ficará todos os dias nesse camp? A minha recomendação é montar seu roteiro de viagem entrando por um lado do parque, fica lá dentro o quanto quiser e sai pelo outro lado, pra otimizar. E ficar todos os dias no mesmo camping é um trajeto muito longo para ir até a outra extremidade do parque. Compensa ficar onde estiver mais perto, pra aproveitar melhor os dias. Se não tem diesel lá, abasteça antes de entrar no Etosha (se entrar por esse portão), e durante o dia, programe uma parada em Halali ou Namutoni para abastecer lá. Durante a viagem, nesse roteiro que fizemos, foi tranquilo abastecer e deixar o carro com pelo menos meio tanque. Minha dica é SEMPRE que passar por um posto complete, mesmo que esteja com 3/4, você não sabe quando encontrará outro. 😉
Boa viagem! Bjs
Alice
Obrigada pela sua resposta! Não tinha visto.. Valeu pelas dicas, vamos tentar seguir. Vi logo abaixo que você resolveu a visita na Tribo Himba lá mesmo, quem você contactou? Encontrou a guia diretamente, foi agência, sua hospedagem? Ela foi no carro com vcs? A partir de onde? Estamos pensando em visitar essa mesma tribo, mas não sabemos por onde começar esse contato. Obrigada mais uma vez…
Rafael Leick
Oi, Alice! A visita à Tribo Himba foi muito sem programação mesmo. Com o que tem aqui no post, você já tem mais informação do que tínhamos rs
Como estávamos de carro, fomos até esse local perto de Kamanjab (na dúvida, vai pra Kamanjab e pergunta sobre a Tribo Himba no posto de gasolina, é uns 20km antes de Kamanjab, pra quem vem de Outjo. Chegando lá, entramos no camping, o cara veio, cobrou da gente o valor do camping (veja aqui quanto custa viajar pra Namíbia). A guia é de lá mesmo, ela é da tribo, apesar de ter morado na capital um tempo e não se vestir mais como eles. O cara do camping avisou-a que no dia seguinte gostaríamos de fazer a visita. No horário marcado ela veio até nós. Não foi nada por agência, tudo por conta. Com essas infos e os gastos do link que passei, você conseguirá se virar bem por lá! Se a sua guia também for a Venessa, fala que você leu sobre a tribo aqui no blog, do Rafael Leick. 🙂 Quando você vai pra lá? Que dia de junho? Vou ver se consigo fazer o post sobre a tribo antes de você ir… Torce daí! rs
Alice
Nós queremos ir no dia 19/06… Acho que sei onde foi, é o lugar que eu havia pensado.
Otjikandero Himba Orphan Village…
Rafael Leick
Lá mesmo! 😉
Victor Sá
Eai Rafael, muito legal sua viagem, obrigado pelas dicas!! Estou planejando uma dessa também, só estou esperando o post com os gastoss haha
Ficaram umas dúvidas só:
– Você viu tudo com antecedência, por exemplo, dormir na tribo? Contrarar a guia? etccc…
– De forma geral, o que deve ser visto com antecedência? Sem ser aluguel de carro e passagem.
Obrigadoo!! Abs
Rafael Leick
Oi, Victor. Os comentários demoram pra aparecer, porque eles tem que ser aprovados manualmente, para evitar spam! 🙂 Não aparece pra você a notificação de que o comentário será aprovado?
Obrigado pelos elogios e comentários! Sobre suas dúvidas, a visita à tribo Himba e a guia da tribo foi organizado tudo lá mesmo. Na real, a maior parte das coisas fechamos quando chegamos lá. Organizamos com antecedência passagem e o aluguel do carro. De resto, foi lá. Mas se quiser ir um pouco mais tranquilo, reserve pelo menos a primeira noite de hospedagem, pra facilitar a vida. Se seu voo tiver escala em Luanda (Angola) e você quiser sair do aeroporto, precisará de visto, então veja com antecedência. Na Namíbia, não precisa de visto.
O post com os gastos vem logo logo. Vou tentar acelerar meu processo rs Estou trabalhando muito então tá demorando um pouco, mas vai sair! 😉
Para ir da Namíbia a Cape Town, tem que ver ou um voo pra lá, é um tanto longe. Acredito que dê pra fazer por terra, caso esteja na cidade fantasma (Namíbia) e vá cruzar a fronteira, mas aí você tem que se informar melhor sobre a África do Sul. Não vou poder te ajudar, porque ainda não conheci.
Abraço e boa viagem!
Victor Sá
Oi Rafael, não apareceu, por isso achei estranho.
Mas beleza então, obrigado pela resposta! Vamos aguardar o post com os gastos, enquanto isso vamos pesquisando se é possível seguir para África do Sul por terraa kkk
Vlww! Absss
Rafael Leick
Descobrindo qualquer novidade que não esteja por aqui, volta pra somar hein? rs 😉
Camila
Oi Rafa,
Parabéns pelo blog, sensacional!!! Está me ajudando muito no planejamento da viagem, obrigada!
Sobre a AfriCat, entrei no site, mas, em meio a mil informações, não achei valores e como funciona o passeio de um dia que você fez. Poderia me dar mais detalhes?
Obrigada!!!
Camila
Oi Rafa,
Parabéns pelo blog, está me ajudando muito!!! Tudo muito detalhado e bem escrito!
Fiquei louca pra saber mais sobre sua visita à AfriCat, mas não encontrei informações sobre visita de um dia no site (preço, o que se pode fazer, etc). Você poderia me contar um pouco mais sobre a visita?
Rafael Leick
Oi, Camila, tudo bem? Poxa, valeu pelo comentário e pelo elogio. Fico feliz que está ajudando! 🙂
Olha só, nesse post tem os valores de tudo que gastei na Namíbia, incluindo a visita à AfriCat, no passeio de um dia. 😉 Na real, você paga o tour/safári (game drive), que sai ali do lodge, vai percorrendo um caminho, onde vimos javalis, ele entra no recinto da Lewa, a leopardo fêmea, bem na hora de ela se alimentar e ele conta algumas histórias sobre ela. É sensacional e dá pra ver bem de pertinho. Depois fomos para a parte onde as cheetas ficam e vimos algumas. Vale lembrar que não são jaulas. São áreas gigantes onde os animais podem circular à vontade, tanto que não foi tão fácil assim de ver as cheetas. Passamos também na área educacional do projeto, muito legal de conhecer.
Espero ter ajudado. bjs
Rebeca
Rafael,
Muito massa seu blog. Sem dúvidas está em ajudando muito na busca de informações sobre a Namíbia.
Só uma dúvida: você reservou algum camping ou passeio com antecedência? Estou em contato com algumas agências de aluguel de 4×4 e eles sempre querem empurrar o pacote completo mas gosto de ter flexibilidade durante a viagem. Alguma dica sobre essas reservas e se é realmente necessário para algum passeio em específico?
Obrigada! abraços, Beka 🙂
celio
fiquei curioso pra ver a Girafa que vc comprou no aeroporto ..hahahaha
Rafael Leick
Oi, Celio. Aqui nesse outro post tem foto dela ao lado do meu cachorro rs:
http://viagemprimata.com.br/quanto-custa-viajar-pra-namibia-africa/