1 de dezembro de 2015

Passeio de trem de Curitiba pra Morretes pela Serra do Mar

Se você é dos que acha que a cidade de Curitiba não tem muito o que fazer, anda precisando ler mais esse blog, hein! A capital do Paraná tem atividade de sobra pra nenhum turista botar defeito. Mas se mesmo depois de ler todos os posts sobre a cidade você ainda não se convenceu, vou te dar um golpe de misericórdia. É de lá que sai um passeio SEN-SA-CIO-NAL de trem de Curitiba pra Morretes, através da Serra do Mar Paranaense, que em alguns momentos vira canyons. É lindo de se ver.

Nessa parte da Garganta do Diabo, dá pra ter ideia do comprimento do trem

Nessa parte da Garganta do Diabo, dá pra ter ideia do comprimento do trem

Já fiz esse passeio duas vezes. No último dia de 2013 cheguei a Morretes num dia abafado e morrendo de vontade de pular na água.

Em setembro desse ano não chegamos ao nosso destino durante o Curitiblogando, porque um trem descarrilhou na nossa frente, então não pudemos passar (e estávamos quase chegando). 🙁

 

INFORMAÇÕES PRÁTICAS

Voltando no trem de Morretes pra Curitiba

Voltando no trem de Morretes pra Curitiba

O passeio, realizado pela Serra Verde Express, é reconhecido internacionalmente como um dos passeios de trem mais interessantes do mundo. Portanto, é bem procurado, então é sempre bom você garantir seu bilhete com antecedência nos guichês da Estação Rodoferroviária de Curitiba, de onde sai o trem, porque o trem parte bem cedo (7h30, se não me engano), e o saguão que dá acesso à plataforma fica lotadaço de gente. Não precisa muvucar, gente, espera o pessoal ir entrando e depois você vai, tá?

O passeio pode ser feito em diferentes classes:

  • Econômico
  • Turístico
  • Executivo
  • Litorina Standard
  • Litorina de Luxo
  • Camarote 4 lugares
  • Camarote 8 lugares

Veja aqui os preços pra cada classe.

Classe Turística, a nossa no passeio de trem de Curitiba pra Morretes

Classe Turística, a nossa no passeio de trem de Curitiba pra Morretes

Nas duas vezes, fiz o passeio na classe turística e foi super legal. Os bancos não são mega confortáveis pra dormir, mas você vai estar fazendo um dos trajetos sobre trilhos mais bonitos do planeta, eleitos assim inclusive pelo The Wall Street Journal e pelo The Guardian, além da revista belga Objectif Rail. Ou seja, apesar de ser um trajeto longo (cerca de 3h), vale a pena se manter acordado o tempo todo. Durma bem na noite anterior e aproveite a vista. 😉

Como o trajeto é longo, uma opção interessante é voltar pra Curitiba de ônibus, que sai bem mais barato e é mais rápido.

O trem corta a Mata Atlântica preservada da Serra do Mar

O trem corta a Mata Atlântica preservada da Serra do Mar

Da classe Executiva pra cima, os guias são bilíngues. Nas duas Litorinas (Standard e Luxo), o veículo é automotriz, ou seja, serve ao mesmo tempo como locomotiva e vagão, mas na versão Luxo é equipado com poltronas de couro e sofás de veludo. Vale lembrar que esse é o primeiro e único trem de luxo do Brasil e o único do mundo no sistema automotriz.

 

HISTÓRIA DA FERROVIA

O Viaduto do Carvalho é um dos destaques do passeio

O Viaduto do Carvalho é um dos destaques do passeio

Não vou me estender muito nesse assunto, mas a ferrovia atravessa uma das porções mais preservadas de Mata Atlântica do país há 130 anos e é considerada uma das cem obras de engenharia mais importantes do Brasil.

Um dos pontos altos do passeio é a Ponte São João, que tem um vão livre de 110m de altura e foi inaugurada em 1885.

Essa e outras histórias são contadas pelo guia de cada vagão, que durante o trajeto faz várias intervenções no microfone.

Morretes preserva a arquitetura antiga

Morretes preserva a arquitetura antiga

O destino final do passeio, a cidade de Morretes, foi fundada no começo do século XVIII e preserva a arquitetura antiga de casarões e igrejas.

A cidade de Antonina, que tem o Centro Histórico tombado, também faz parte de alguns passeios se fechar o pacote com a Serra Verde Express e dizem ser casa do Carnaval mais famoso do Paraná. A Estrada de Ferro continua e liga ainda Curitiba a Paranaguá.

 

STATUS GASTRONÔMICO

Lanchinho de bordo na classe Turística, com água ou refrigerante pra acompanhar

Lanchinho de bordo na classe Turística, com água ou refrigerante pra acompanhar

Na classe turística, são servidos lanchinhos no meio do passeio, com bolachinhas e copo d’água ou refri, mas para os que são bons de garfo, é melhor levar alguma coisinha a mais na mochila. Só não vale encher o bucho porque ao chegar em Morretes, a principal atração é o barreado, prato típico da região com pedaços de carne vermelha cozidos por doze horas em panela de barro vedada, farinha de mandioca e banana assada ou frita.

Quando é servido, é tudo misturado e forma uma pasta espessa. Alguns garçons fazem, inclusive, uma brincadeira ao virar o prato em cima da cabeça dos clientes (se eles topam, claro), porque a comida não cai. Parece estranho, mas vale muito a pena, é uma delícia!

Nas outras classes do trem o cardápio varia um pouco. Na Executiva, o lanche é diferenciado e além da água, tem refri e cerveja. Na Litorina Standard os comes e bebes são os mesmos, mas num vagão com janelas panorâmicas e ar refrigerado. A Litorina de Luxo faz jus ao nome: champanhe e catering de 1ª classe, além de um bar no vagão.

 

DESTAQUES DO PASSEIO DE TREM DE CURITIBA PRA MORRETES

Garganta do Diabo, um dos trechos mais lindos do percurso do trem de Curitiba pra Morretes

São vários os atrativos naturais no trajeto entre Curitiba e Morretes. O Rio Ipiranga corta e margeia os trilhos e a Cachoeira Veu da Noiva tem um grande volume de água saindo da rocha.

Mas o ápice da viagem, pra mim, é o trecho que abriga o Pico do Diabo e a Garganta do Diabo. É um diabo de lindo! São rochas enormes que se esticam em direção ao céu, formando uns canyons. A passagem do trem ali é muito rápida, mesmo com pouca velocidade, então quando o guia anunciar, prepare a máquina (e o fôlego).

A cachoeira Véu da Noiva

A cachoeira Véu da Noiva

Outro ponto de destaque é o Pico do Marumbi, de mais de 1.500m, que integra o Parque Nacional Pico do Marumbi, local muito explorado para a prática do montanhismo e outros esportes radicais.

Como a Serra Verde Express, que administra o trem também comercializa pacotes, é possível fazer um combinado desse passeio de trem com uma ida à Ilha do Mel, outro atrativo paranaense.

Não é permitido se colocar assim pra fora da janela; na foto, o trem estava parado

Não é permitido se colocar assim pra fora da janela; na foto, o trem estava parado

 

O trem passa por várias névoas e, por vezes, parece estar nas nuvens

O trem passa por várias névoas e, por vezes, parece estar nas nuvens

Se vale a pena? Vale. E muito!

Se você estiver em Curitiba e puder dispor de um dia pra fazer esse passeio, faça! E depois volte aqui pra contar do quanto se maravilhou, porque gostar não tenho dúvidas de que você irá. 😉

 

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[Post originalmente publicado em 1/12/2015 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 8/1/2019]

 

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Sobre Rafael Leick

Rafael Leick

Criador dos projetos Viaja Bi!, Viagem Primata e ExploraSampa, host do podcast Casa na Árvore e colunista do UOL. Foi Diretor de Turismo da Câmara LGBT do Brasil. Escreve sobre viagem e turismo desde 2009. Comunicólogo, publicitário, criador de conteúdo e palestrante internacional, morou em Londres e São Paulo e já conheceu 30 países. É pai do Lupin, um golden dog. Todos os posts do Rafael.

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4 Comentários

  • jr caimi
    2015-12-12 10:59

    Coisa mais linda! Esse passeio é show e com amigos fica ainda melhor!! Belas fotos

  • Adorei o post e as fotos estão incríveis! Vou estar bem pertinho pra poder fazer este passeio e ter meu próprio olhar. Bjocas

    • Rafael Leick
      2015-12-18 12:23

      Vale a pena, viu? O trajeto é desbundante! 🙂
      Quando fizer, me diz o que achou. Quero saber.
      Bjs

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