24 de maio de 2016

10 Motivos para ir na 20ª Parada LGBT de São Paulo

No dia 29 de maio de 2016 acontece a 20ª Parada LGBT de São Paulo, um dos eventos mais importantes do calendário gay brasileiro.

Viaja Bi! está atento para o evento e, obviamente, estaremos lá para fazer a cobertura.

No início do ano, fomos conferir o anúncio do tema da Parada LGBT de 2016 e no dia 24 de maio participamos de uma coletiva de imprensa que contou com a participação de organizadores da Parada, autoridades e patrocinadores.

Mas aqui no site já conversamos sobre como a Parada tem perdido prestígio e público no decorrer dos últimos anos, então quem sabe esse seja o ano para reverter finalmente essa situação.

Coletiva de Imprensa realizada no Hotel Renaissance contou com a participação de organizadores e autoridades

Coletiva de Imprensa realizada no Hotel Renaissance contou com a participação de organizadores, autoridades e patrocinadores

1 – Título de Maior Parada do Mundo

A Parada LGBT de São Paulo já foi considerada pelo Guiness World Records como a maior Parada LGBT do mundo, em 2006, com 2,5 milhões de pessoas. Em 2015, segundo estimativas da Polícia Militar (que sempre puxa os números para baixo), o público foi de cerca de 20 mil pessoas. Por mais que a Polícia tenha depreciado a quantidade de pessoas, é vergonhoso para a história do evento e para a nossa cidade, que os gays de São Paulo tenham enfraquecido tanto sua maior manifestação de visibilidade.

Trio de abertura da 19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2015

Trio de abertura da 19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2015

 

2 – Importância Política da Parada LGBT

Muita gente reclama que a parada perdeu o caráter político e virou somente festa (já virou um clichê falar isso). Mas a pior forma de contribuir com isso é NÃO estar presente na parada. A ausência na Parada LGBT só enfraquece a visibilidade do nosso segmento. Estar lá já é uma manifestação política.

19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2015

19ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2015

3 – A Festa

E quem vai reclamar se puder ir na Parada LGBT e se divertir também? O fato de ser um evento político não exclui o caráter de festa, especialmente para quem luta o ano inteiro pelas causas do movimento gay. Líbia Miranda, da Four X Entertainment, empresa contratada para a organização da Parada em 2016 (e que já foi responsável pela organização do carnaval da Bahia), já antecipou a participação de 30 DJs, divididos em 17 trios elétricos e presença de personalidades como Alinne Rosa, Pepê e Neném e Pablo Vittar, do hit Open Bar. Outras presenças ainda não foram divulgadas. Tomara que venham mais surpresas.

A ordem dos trios será a seguinte:

1- Trio de Abertura (após a passagem deste trio será aberta uma bandeira com as cores do segmento T de 20 metros).

2- Trio Visibilidade Trans

3- Trio Mães pela Diversidade

4- Trio da Prefeitura

5 – Trio da Prefeitura

6- Trio da Prefeitura

7 – Trio Apeosp

8 – Trio Visibilidade Lésbica

9 – Trio Militância LGBT (após a passagem deste trio será aberta a tradicional bandeira com as cores do movimento LGBT de 20 metros).

 

Momento colorido e bombado da festa

Momento colorido e bombado da festa

10 – Trio 10

11- Trio Lei 10.948

12 – Trio Comerciários

13 – Trio Visibilidade Jovem

14 – Trio Visibilidade Gay

15 – Trio Artistas LGBT

16 – Trio Skol

17 – Trio da Paz

4 – Sense 8

Em 2015, a Parada Gay contou com a participação de atores do elenco da fantástica série Sense 8, exibida pelo NetFlix e dirigida pelas irmãs Wachowski, responsáveis pela série Matrix (ambas são trânsgeneros). Em 2016, a participação deles está novamente confirmada, mas dessa vez vai rolar gravação de uma cena da série durante a Parada. Paradas LGBT como as de Madrid e Buenos Aires também lutaram pela gravação, mas São Paulo ganhou. Imperdível!

Atores da série Sense 8 participam da Parada LGBT de São Paulo

Atores da série Sense 8 participam da Parada LGBT de São Paulo

5 – Qualidade dos Serviços e Segurança

Para 2016, os representantes da Coletiva de Imprensa manifestaram os esforços para que a Parada LGBT ocorra no maior clima de tranquilidade, “assim como ocorreu a última Virada Cultural de São Paulo”, salientou Fernando Haddad, prefeito de São Paulo.

A região contará com uma estrutura cedida pela Prefeitura composta por oito ambulâncias de UTI, oito ambulâncias de remoção, quatro postos médicos, 30 brigadistas, 200 seguranças, 180 cordeiros e 780 banheiros químicos. Além da estrutura oferecida pelo órgão municipal, policiais militares, e policiais da delegacia de polícia de repressão aos crimes raciais e delitos de intolerância (Decradi), bombeiros civis, cordeiros para os trios; além de seguranças que completam a estrutura de apoio ao público.

Tanto a Prefeitura de São Paulo como o Governo Estadual estão participando em conjunto para que o evento seja perfeito. O total de investimentos da Prefeitura é de R$ 1.5 milhões.

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Fernando Haddad e Felipe de Paula, representantes da Prefeitura de São Paulo, comentam investimentos na Parada

6 – Parada LGBT é finalmente incluída no Calendário de Eventos Oficiais da Cidade

Você acredita que após 20 anos de eventos, a Parada LGBT ainda não fazia parte do Calendário de Eventos Oficiais da Cidade?

A iniciativa de inclusão no calendário em geral parte do legislativo municipal, mas para corrigir a situação, o prefeito Fernando Haddad assinou um decreto, durante a Coletiva de Imprensa, que finalmente inclui o evento. Segundo ele, a iniciativa de incluir oficialmente a Parada facilita legalmente a adoção de ações para apoiar e promover o evento internamente, inclusive pela SPTuris.

7 – Lei Estadual 10.948 completa 15 anos

Você sabia que o Estado de São Paulo já possui uma Lei que criminaliza a homofobia?

Cássio Rodrigo, Coordenador de Políticas para Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, lembrou durante a Coletiva que a Lei Estadual 10.948 completa 15 anos no combate à homofobia e o governo está realizando uma ampla campanha de divulgação, tanto no metrô, como em feiras e espaços públicos. A campanha utiliza a hashtag #SPcontraHomofobia.

Uma das iniciativas que ele também salientou é de que o governo tem ampliado seus esforços para monitorar os casos de homofobia levados às delegacias do Estado. Uma das medidas que visa facilitar esse monitoramento é a criação de um campo (tanto para os boletins registrados presencial ou virtualmente) para colocação da provável motivação do crime e também a capacitação de delegados e escrivãos para recepcionar melhor as denúncias.

8 – Patrocínio da Skol

Apesar dos esforços da organização da Parada, Fernando Quaresma declarou que apenas pouco mais da metade da meta conseguiu ser arrecado (o valor pretendido era de R$ 5 milhões). A falta de interesse do mercado já foi considerada também como um desmotivador para participação de influenciadores do segmento LGBT.

Esse ano, a situação está em parte revertida pois a Parada LGBT tem um patrocinador oficial, a cerveja Skol. Fabio Baracho, representante da AmBev, declarou na Coletiva que é uma honra e um sonho estar nessa parceria e que a marca contará com um trio com algumas atrações (a ser divulgado). Fabio ainda declarou que a “cerveja mais redonda do Brasil” não podia pensar quadrado. Bora tomar uma Skol pra comemorar!

Skol entra como patrocinadora oficial da Parada LGBT de São Paulo

Skol entra como patrocinadora oficial da Parada LGBT de São Paulo

9 – A Situação Política Atual do Brasil

O novo governo de Michel Temer começou extinguindo pastas importantes de seu governo, como Ministério da Cultura (que foi reintegrado) e o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, que cuidava das questões LGBT. O gesto pode significar um retrocesso na defesa de questões de direitos LGBT. No Encontro de Imprensa realizado em São Paulo, Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT – Associação da Parada do Orgulho LGBT, relembrou a importância da aprovação do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia (atualmente arquivado pela Câmara de Deputados) e de outras iniciativas no âmbito nacional.

Em abril de 2016, a presidente Dilma Roussef assinou um decreto que permite o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. “É um reconhecimento, é tirar da invisibilidade, é uma forma de enfrentar a violência e a exclusão dessas pessoas às políticas públicas. (…) Portanto, uma pessoa que nasceu João e hoje é Maria, quando ela for ser atendida pelo SUS, será chamada de Maria porque no seu crachá tem o seu nome social Maria, e não João”, declarou na época o secretário de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, Rogério Sottili.

Conquistas como essa e outras que ainda estão por vir podem ser reforçadas com a participação de um maior número de manifestantes. Bora engrossar esse número, Bis!!!

10 – Chega de Transfobia

O tema da parada desse ano está focado no grupo hoje com maiores problemas de visibilidade e também alvo de crimes de homofobia, o segmento T, formado por travestis, transexuais e transgêneros.

“Dentro do movimento LGBT temos um grupo de maior vulnerabilidade, que é o segmento T. Por isso, neste ano, o tema da Parada é “Lei de identidade de gênero, já!”, uma forma de fazer com que todos nós, unidos, sejam gays, lésbicas, bissexuais ou heterossexuais, lutemos por uma única causa: a aprovação da lei de identidade de gênero para as pessoas trans. Precisamos disso!”, conta Nelson Matias, diretor e co-fundador da APOGLBT.

Todo mundo está convocado a pintar o rosto com as cores da bandeira trans (azul, branco e rosa) e postar sua foto com a hashtag #ChegadeTransfobia.

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20ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo

Tema: “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a transfobia”

– Horário: das 10h às 18h

– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP

– Realização: APOGLBT

– Produção: FourX em parceria com a Groupe 360º e OCP

– Site da APOGLBT: http://www.paradasp.org.br

 

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Sobre Fábio Pastorello

Fábio Pastorello

Fotógrafo e videomaker, além de gay nas horas vagas. Curte cinema e leva a vida e as viagens com toques de romance, drama e aventura. Pediu e foi pedido em casamento em Paris, após 10 anos de namoro. Formado em Letras, ex-bancário e mais feliz agora, é editor do blog Viagens Cinematográficas.

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