16 de novembro de 2013

Colônia a pé: explore a cidade alemã em 1 hora

Numa viagem de Londres para Praga, em junho desse ano, fiz uma conexão de 4h30 em Colônia. Você pode se deparar com outros nomes quando estiver buscando voos para a cidade: Cologne, em inglês ou Köln, em alemão. Todos eles te levam para uma cidade superlegal! Da Alemanha, só conhecia Berlim e foi uma das minhas cidades favoritas na Europa. Desembarquei no Aeroporto Köln/Bonn e resolvi arriscar conhecer Colônia a pé antes de pegar o outro voo.

Colônia a pé: a catedral Kölner Dom, atração mais visitada da Alemanha

Colônia a pé: a catedral Kölner Dom, atração mais visitada da Alemanha

 

Colônia a pé: explore essa pérola da Alemanha em 1 hora 🗺️

Peguei o mapa no guichê de informações turísticas e ainda no aeroporto tem uma estação de trem que te leva para o centro em 15 ou 20 minutos. É só descer na estação Köln Hauptbahnhof (Estação Central de Colônia) e ser feliz. Sim, porque você já sai ao lado do maior ponto turístico: a Catedral de Colônia.

Até então, eu não sabia absolutamente nada sobre a cidade, a não ser que era na Alemanha e onde eu faria uma conexão. Os planos não incluíam sair do aeroporto, então, na loucura de preparar tudo para a viagem de 1 mês pela Europa não dediquei tanto tempo para saber mais sobre o local.

Mas foi uma grata surpresa. Na hora que saí da estação e dei de cara com aquela catedral imensa e cheia de detalhes, eu juro que fiquei boquiaberto. 😮 Só depois descobri que é a atração mais visitada da Alemanha (com 20 mil visitantes por dia), levou tipo 600 anos pra ficar pronta e quando isso aconteceu, em 1880, ela era o prédio mais alto do mundo. Sim, é muito alto mesmo! Daqueles de dar dor no pescoço, sabe?

Colônia a pé: olha só a proporção das pessoas em comparação à Catedral Kölner Dom

Colônia a pé: olha só a proporção das pessoas em comparação à Catedral Kölner Dom

Na II Guerra Mundial, a bichinha tomou 14 bombas e se manteve ali, de pé, linda e nacarada! É Patrimônio Cultural da UNESCO e segundo a tradição local, ali estão os restos mortais dos Três Reis Magos. E caí ali de paraquedas, vai vendo. Achei suuuuper incrível. Mas não fiz o tour interno, só cheguei ao “saguão de entrada”. Me arrependi, mas eu tinha cerca de 1h na cidade e não queria ter visto só a Catedral.

E minha decisão foi sábia. Porque, gente, anda um pouco pela cidade e você vai ficar com dor no pescoço de tanto virar a cabeça. Sério, é a cidade com mais gente linda por metro quadrado que já conheci*. Não é gente bonita, é gente linda mesmo! Homem, mulher, jovens, velhos. Não tem gente feia naquele lugar. A não ser um ou outro turista perdido (nesse dia me senti horrível, né? rs). Ou lá eles tem um gene da lindeza no DNA ou eu dei muita sorte de ir num dia beeeeem especial. Ok, talvez eu esteja exagerando um pouquinho. Mas é só um pouquinho mesmo, porque a maioria das pessoas era tudo isso!

* atualização (2020): quando escrevi esse texto, em 2013 ainda tinha uma visão eurocêntrica e branca de beleza; mantive o texto original porque, para mim, é importante o registro e de ver, hoje, o quanto mudei e venci esse racismo estrutural. As pessoas são, sim, muito bonitas, mas não são as mais bonitas que já vi


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Bom, antes dessa distração, estávamos falando sobre o que mesmo? Ah, tá! Sobre a cidade. 🙂
Colônia é a quarta maior cidade da Alemanha em termos populacionais, mas o pedaço que rodei tem uma carinha de cidade mais pacata, mesmo que cheia. Pertinho da Catedral, várias lojas de grifes mundiais, como Lacoste, Louis Vuitton e Rolex dividiam espaço com ruínas de pedra da cidade “romana” antiga. Alguns arcos e passagens ficam em exposição, para lembrarem da história do lugar. Isso é muito comum na Europa, né?

Todo dia 11 do mês 11 (novembro), às 11h11, todo mundo se reúne na Praça Rathausplatz pra comemorar o início do famoso Carnaval de Colônia, que vai até fevereiro, mas as principais comemorações e desfiles acontecem simultaneamente ao “carna” brazuca. Ou seja, eles tem o maior esquenta carnavalesco do planeta, né? Fiquei sabendo que a cidade também abriga o Museu do Chocolate. Eu, como chocólatra assumido, quis me matar quando descobri que não fui. 😛

Resolvi sair andando, vagando por aí, sem rumo. Numa lojinha comercial, tipo as do centro de São Paulo ou a Calle Florida em Buenos Aires, parei pra comer num Subway, que dividia espaço de loja com um quiosque da Dunkin’ Donuts. NHAM! Queria uma refeição rápida e foi isso que encontrei.

Continuei perambulando e acabei numa loja de eletrônicos pra ver um fone de ouvido todo especial que um amigo tinha pedido pra eu ver por lá (salve a lista de pedidos de viagem!) e acabei comprando um HD externo de 1Tb, já que os que eu tinha pifaram. Saí feliz e contente e dou de cara com minha loja. Como assim? Sim, tem uma “Raphael” com o adendo “Cologne”! Meu nome é com F, mas a minha loja é com PH, porque sou phyno demais, né não?

Baboseiras à parte, sei que acabei chegando ao rio Rhine (Reno, em português), que é um rio com mais de 1200km de extensão e que começa no sudeste dos Alpes Suíços, atravessa a Alemanha e desemboca no Mar do Norte, na Holanda. E a parte pela qual eu passei era lindinha.

Tinha algumas pracinhas, laguinhos e vista para uma ponte chamada Hohenzollern, por onde passava o trem (aquele que eu peguei no aeroporto, sabe?), que é formada por 3 arcos de ferro consecutivos e na grade que separa a linha férrea dos pedestres, os jovens casais penduram cadeados e jogam as chaves no rio para eternizar seu amor. Oooohhhnnnn. 💖


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Colônia a pé: boulevard próximo ao rio Reno

Colônia a pé: boulevard próximo ao rio Reno

Como estava um dia de sol bonito, o povo tava tudo jogado no boulevard à beira do rio, descansando ou andando de skate, ou tomando sorvete e por aí vai.

Subindo uma escadaria já perto da ponte, chegamos a uma parte curiosa, a Kölner Philharmonie, que é a sala de concertos da cidade. Além da arquitetura um tantinho diferente, ela tem uma praça de tijolinhos onde a molecada gosta de andar de skate. Mas, como estava rolando um concerto lá embaixo dessa praça, ela foi cercada por divisores de filas com comunicados impedindo a passagem e uns funcionários ficavam pedindo para que você contornasse essa área, pois o barulho de cima iria atrapalhar na sala de concertos. Achei um barato.

E a Kölner Philharmonie é do ladinho da Kölner Dom, que nada mais é do que a Catedral de Colônia de novo! Com isso, completei meu ciclo e voltei pra Köln Hauptbahnhof. Lembra da tradução? Tá lá no segundo parágrafo, poxa, achei que você já tava craque no alemão nesse ponto do relato! Dica: foi lá que perdi a hora do meu trem pra voltar pro aeroporto. 😛

 

Colônia LGBT+ 🌈

E não só os casais heterossexuais se beneficiam ao explorar Colônia a pé porque a cidade é bem friendly para os LGBT+ e é super comum ver casais do mesmo sexo andando de mãos dadas pela cidade. Ela também tem uma das mais famosas paradas LGBT+ da Europa e é, reconhecidamente, uma das cidades mais abertas à nossa comunidade no mundo.

Tem até um monumento de mármore com um triângulo vermelho de ponta cabeça. Esse era o símbolo que marcava os homossexuais nos campos de concentração da II Guerra Mundial e, dessa forma, a cidade mostra o carinho por esse público e presta sua homenagem aos que morreram por conta de preconceito. Mas não cheguei a ver o monumento.


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Perdi o trem de volta para o aeroporto 🚆

Isso mesmo, acredita? Comprei o bilhete, corri pra plataforma, cheguei lá não vi o trem e vi que no painel ele estava aparecendo, então deveria estar chegando. Mas para minha surpresa, olhei pro outro canto da plataforma num dado momento (ela é enorme) e ele estava parado mais pra frente, em outras seções da plataforma.

É um sistema bem inteligente para uma estação central com tanto trem passando por ali, assim as pessoas de trens diferentes não ficam todas aglomeradas no mesmo canto. E isso estava no painel. Mas eu não tinha entendido o que era aquele bando de letrinhas, gente. Fui perguntar para o guardinha qual era o trem que eu teria que pegar e ele respondeu “é aquele que tá saindo, olha”. 🤨

Sinalizações da Köln Hauptbahnhof, a estação central de Colônia

Sinalizações da Köln Hauptbahnhof, a estação central de Colônia

Vendo minha cara de desespero porque eu poderia perder meu voo para Praga, ele me ajudou a achar a plataforma de onde sairia o próximo trem pro aeroporto.🤞🏾 Seria mais apertado o cronograma, mas com fé daria tempo. Toca sair correndo desembestado pela estação pra achar a plataforma certa. Essa devia ir para os #PerrenguesDeViagem, né? Produção, bota a hashtag no post, por favor? Brigado! 😛

Achei a plataforma e, no fim, tive que esperar alguns trens para chegar o meu, desesperado para tentar entender o sistema de trens e avisos nos painéis para não perdê-lo de novo. Se isso acontecesse, bye bye voo. Eu já tinha perdido um voo de Londres para Suíça nessa viagem e isso me pesou bastante no bolso. Não queria que acontecesse de novo. Mas deu tudo certo. 🙂

Trem pontual, era o correto, cheguei no aeroporto com aquela cara de que estava tudo bem e nada tinha acontecido, e tentei achar o portão de embarque. O aeroporto é um pouquinho confuso (ainda mais com pressa), mas dá para se achar. E deu certo.

Embarquei para Praga, mas com uma vontadezinha de ter aproveitado mais de Colônia. Na próxima visita à Alemanha, tenho que dar uma paradinha lá.

 


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[Post originalmente publicado em 16/11/2013 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 2/11/2020]

 

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Sobre Rafael Leick

Rafael Leick

Criador dos projetos Viaja Bi!, Viagem Primata e ExploraSampa, host do podcast Casa na Árvore e colunista do UOL. Foi Diretor de Turismo da Câmara LGBT do Brasil. Escreve sobre viagem e turismo desde 2009. Comunicólogo, publicitário, criador de conteúdo e palestrante internacional, morou em Londres e São Paulo e já conheceu 30 países. É pai do Lupin, um golden dog. Todos os posts do Rafael.

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2 Comentários

  • Roberto
    2017-01-29 19:21

    Realmente, Koln é uma cidade encantadora, charmosa. Conheci por dez dias em visita à minha filha que estuda em Colonia. Legal tuas imagens, recordações incríveis me fez lembrar.

    • Rafael Leick
      2017-02-06 18:52

      Oi, Roberto.
      Valeu pelo comentário. Fico feliz em saber que não sou o único a ter essas boas impressões de Colônia. 🙂
      Brigadão pelos elogios também.
      Abs

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