Hospital em Arequipa e ônibus barato pra Puno | Mochilão Peru #17
O Mochilão no Peru teve novidades: visita ao hospital em Arequipa e ônibus baratão do povão pra Puno, uma nova cidade no roteiro.
MOCHILÃO NO PERU – DIA 17 – 1/3 – TERÇA
Hospital em Arequipa e ônibus barato pra Puno
Depois que postei o relato de ontem, fui tomar um banho pra dormir e o Friedrich acordou morrendo de dor de dente. Enquanto eu tava no banho, ele foi até a recepção perguntar se tinha algum dentista aberto aquela hora, já que tinha passado da meia noite.
Falei pra ele que se ele precisasse que eu fosse com ele pra me avisar. Estar doente já é ruim. Sozinho, pior. Num país que não é o seu então… E ele pediu pra eu ir com ele.
Me arrumei, pegamos o táxi e fomos até a Clínica Arequipa (S./ 6) que aparentemente é a única aberta de madrugada em Arequipa. Chegando lá conseguimos depois de um tempo achar a entrada da Emergência, que ficava ao lado.
A consulta sairia S./ 220. Fora o medicamento ou procedimento se tivesse que fazer alguma coisa. Uma facada! Mas como ele tava com muita dor sem conseguir dormir achou melhor fazer do que esperar hoje pra ir ao dentista.
Quando entramos pra ele ser atendido, veio um clínico geral atender. Perguntamos se ele era dentista e como ele falou que não e que só poderia dar alguma coisa pra aliviar a dor, achamos melhor ir embora e ir no dia seguinte no dentista mesmo e falamos que o valor era muito alto pra não “resolver o problema”.
Na hora de ir, o Friedrich só perguntou pra ele sobre um medicamento e aí ele respondeu: “oh, vamos fazer o seguinte, te dou o remédio pra aliviar a dor e você paga somente o medicamento, não paga a consulta, mas vá ao dentista amanhã cedo.”
Achamos mais interessante a proposta, mas os medicamentos no fim custaram S./ 42. E o que deram pra ele foi um algodão com xilocaína pra colocar perto do dente machucado, pra ele não sentir a região e um analgésico aplicado no músculo da bunda (ele falou que na Áustria eles aplicam na coxa).
Ele é muito gente boa e ficou puxando papo com os médicos enquanto esperava pra ver se tava tudo bem. Mas nós dois sentimos que os médicos e enfermeiros eram meio esnobes. Não sei se é porque os médicos ganham melhor e, num país mais pobre, eles se sintam mais que os outros ou se estavam meio que tirando sarro por sermos estrangeiros. Não sei.
Enfim, pegamos mais um táxi (S./ 6) pra voltar pro Park Hostel e fomos dormir. Acordei às 6h30 pra terminar de arrumar minhas coisas e ir pro terminal de ônibus.
Me despedi dele e ele agradeceu pela ajuda. Essa é uma das partes que mais gosto de viajar sozinho, pois você faz vários amigos muito diferentes de você e também é a parte que menos gosto porque você vai deixando seus amigos espalhados pelo caminho e separados. Mas a parte positiva compensa e esses amigos viajantes sempre dão um jeito de se encontrar pelo mundo.
Peguei um táxi com o mochilão e a mochila dos equipamentos até o terminal de ônibus (S./ 6). Ah! Sempre pergunte o preço da corrida antes de entrar no táxi porque eles não tem taxímetro. Cobram meio que por distância.
Pedi pro taxista me deixar no terminal de ônibus Terrapuerto mas conversando ele falou que os ônibus mais baratos ficam no Terminal Terrestre de Arequipa. Fica um do lado do outro, aí pedi pra ele me deixar lá então.
Entrando no terminal, vá de guichê em guichê perguntando o preço, horário e tipo de ônibus e também se ele vai direto. No Peru é melhor os ônibus que não façam paradas, por conta de assaltos.
Eu achei minha passagem pra Puno saindo dali 10min pela companhia Alas del Sur, por apenas S./ 20. Comparando com os S./ 55 da Cruz del Sur, a companhia queridinha dos turistas me garantiria economia de quase 1/3 do valor.
Ah! Não esqueça que você tem que pagar uma taxa rodoviária pelo terminal antes de embarcar, num guichê no meião do saguão. Paguei S./ 2.
No ônibus, assim que saímos da plataforma, o funcionário da Alas del Sur conferiu os “boletos” de todo mundo e depois começou a fazer um discurso sobre saúde, falando dos beneficios do chá verde: previne câncer, inflamação da próstata, rearranja o intestino e faz um bem danado. E aqui na mão dele sairia só por S./ 5. 🙂
O impressionante é que ele dava detalhes até sobre ejaculação precoce e quantas vezes as pessoas tem que cagar por dia. Me senti até constrangido e com muita vontade de rir. Mas segurei a marimba pra não pagar mico.
No banco ao meu lado, uma peruana nativa, com aquela roupa tradicional que ficou a viagem quase toda costurando alguma coisa que rola deve vender em Puno. Achei um barato. Só não gostei que assim que sentei, veio aquele cheirinho de banheiro mal lavado, sabe? Ela não devia ter tomado banho e eu teria que conviver com ele por 6h. Haja sofrência! Mas quando ela não se mexia não fedia tanto. E a saia dela era bem larga, tomando um pedaço da minha poltrona. Tirando tudo de ruim, foi bom.
Consegui ainda assim dar um jeito de dormir umas 3h da viagem pelo menos. Mas o Spotify me salvou. Tinha música ambiente no busão. E era uma música bem regional que você tem que estar disposto pra ouvir. Então ouvi a playlist do Viaja Bi! que já tinha deixado offline no meu celular e ela salvou a viagem. Aliás, já segue ela também aqui pra você ter salvação nessas situações. 😛
Chegando em Juliaca, a única parada antes do terminal de Puno, muita gente desceu e eu pulei pro banco da frente. Mais um tempo e cheguei no destino final.
A primeira impressão não foi das melhores. A cidade é feia e suja perto da rodoviária. Mas é interessante. Muitas casas inacabadas não se sabe se por falta de dinheiro ou se porque as obras não finalizadas pagam menos impostos. Já ouvi as duas coisas por aqui.
A cidade aqui é mais alta do que Cusco mas não senti tanto a altitude mesmo com mochilão nas costas e caminhando embaixo do sol. Acho que já tô aclimatado.
Cheguei ao Cozy Hostel, fiquei decepcionado que não pude pedir para lavar minha roupa pra amanhã cedo, só pra amanhã no fim do dia. As roupas vão começar a se repetir, não tem jeito. 😛
Vi o tour que sai de Puno e vai pras ilhas do Lago Titicaca: Uros, Taquile e Amantani. Isso dormindo uma noite na casa de uma família nativa numa das ilhas. Na agência sai por S./ 110 com as refeições inclusas mas um peruano que conheci aqui na rua deu a dica de ir até o porto amanhã cedo e tentar fazer por conta que sai muito mais barato. Aviso vocês se rolar.
Se eu dormir na ilha, é bem capaz que fique sem Internet. Aí publico os dois posts depois de amanhã. 🙂
No hostel conheci uma garota da Noruega chamada Güro, muito gente boa. Tem 20 anos, dread nos cabelos e um sorriso estampado no rosto. Acabamos papeando uma parte da tarde e fomos jantar juntos.
Aliás, recebi a indicação de que Puno tem pizzas muito boas. Então fui atrás. Achei uma pizzaria chamada Pizzaria Del Buho. Muito boa. Pedi uma pizza mediana de margarita e uma laranjada. Gastei S./ 21,50. Não tão barato, mas tava morrendo de fome.
Depois caminhamos um pouco, passamos pela Plaza de Armas e encontramos o casal de holandeses que fez o trekking Colca Canyon comigo. Eles vão pro tour amanhã mas ficam só um dia.
Tomei um merecido banho, com uma água quente que demorou um pouco pra sair, cumprimentei o Vince que chegou só há pouco (ele também fez o trekking comigo e mudou o itinerário pra gente poder continuar a viagem juntos) e agora bora dormir que amanhã tem mais. 🙂
Reserve hotel em Arequipa
Reserve hotel em Puno
Veja tudo sobre meu mochilão no Peru
[Post originalmente publicado em 01/03/2016 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 24/11/2018]
3 Comentários
Mochilão no Peru | Dia 18 | Diário de Bordo | Viagem Primata Viagem Primata
[…] Vince chegou ao Cozy Hostel bem tarde ontem, mas deu tudo certo pra fazermos o tour hoje. Como contei no último post, decidimos fazer por […]
Eloah Cristina
Hum!! Pizza… É parecida com a nossa aqui? 🙂
Das curiosidades de uma gordinha.
Rafael Leick
Mais ou menos. Mas é mais parecida com a nossa do que a italiana. Mas com menos recheio rs