Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro
Desde sua inauguração, em dezembro de 2015, fiquei curioso para conhecer o Museu do Amanhã.
Na última sexta, fui ao Rio de Janeiro para fazer uma participação no programa Porta Afora, do Fábio Porchat e da Rosana Hermann, que é exibido no YouTube e no Multishow. O tema era viagem gay-friendly e fui convidado pelo Viaja Bi!. A gravação foi muito legal, mas vou contar mais como foi quando o programa for ao ar, lá pra outubro/novembro (leia aqui).
Mas como já estava no Rio, aproveitei pra esticar minha estadia até domingo e aproveitar um pouco da Cidade Maravilhosa. Eu fui bem tranquilo, porque também era uma oportunidade ótima pra descansar. O Bruno e a Jéssica do blog Deixa de Frescura me teceberam na casa deles, na Tijuca, e foram incríveis comigo. Mas, como eu iria encontrá-los só à noite, aproveitei pra finalmente conhecer o Museu do Amanhã.
O museu fica na área portuária do Rio, perto do MAR, outro museu carioca. E ele é imponente! Bem à frente, uma versão do avião 14 Bis, de Santos Dumont completava a fachada, divulgando também um dos destaques atuais do Museu do Amanhã.
Normalmente, há muita fila para entrar, então evite visitas aos fins de semana ou compre seu ingresso antecipadamente pela Internet. Na sexta, esperei 20min para conseguir comprar o ingresso e aí a armação do meu óculos de grau quebrou então além de uma entrada inteira a R$ 10, pedi também um pouco de cola instantânea. Vai que…
Fica a dica: o Museu do Amanhã não tem cola instantânea. 😛
Eu estava com uma mochila e uma mala de rodinhas nessa viagem então já fui deixar o guarda-volumes. Não pode entrar nem com mochila e lá também não tem cola instantânea, então peguei minha máquina e fui visitar o Museu com meu óculos escuros de grau, parecendo que era deficiente visual. Talvez tenha sido o barato porque o Museu do Amanhã é de alguma forma, sensorial. Não como os museus de ciência normalmente são. Mas tentam mexer um pouco com seus sentimentos através dos sentidos.
Comecei pela parte de cima, que foi a que consegui ver nas 2h que fiquei lá dentro. No Auditório, não consegui ver o que tinha, pois tinha uma fila imensa. O segurança disse que a cada 10min entravam até 80 pessoas. Eu não sei não, estava na fila na hora que abriu e praticamente não andei. Aliás, fila é o que mais tem por lá. Se for de final de semana, tire umas boas horas pra entrar e depois pra conhecer lá dentro.
Visita individual, mas personalizada, no Museu do Amanhã
Atrás dessa exposição, uma área dedicada a explorar conceitos de física e física quântica, como as noções de espaço e tempo, densidade, distâncias e coisa e tal. Para acessar esse andar superior, é necessário apresentar o cartão magnético que te dão na bilheteria para que o segurança libere sua passagem. Esse mesmo cartão vai servir para te guiar dentro do museu, pois ao encostá-lo em um ponto indicado no primeiro totem de exibição, você cadastra seu nome e ele vai gravando por quais totens você já passou e quais ainda faltam, tornando a visita personalizada e usando conceitos de gamificação (ou gamification), deixando o passeio bem lúdico.
Na segunda etapa, três cubos gigantes ocupam o espaço. No primeiro deles, tecidos se mexem dentro de um tubo de vento sem paredes, o que é impressionante e magicamente lindo ao mesmo tempo, para falar dos quatro oceanos e da formação da Terra. O segundo explora a fauna, principalmente da Baía de Guanabara.
O terceiro, pra mim, foi um caso à parte. Para a maioria das pessoas era um cubo forrado de lâmpadas de LED por fora, espelhado por dentro, com vários totens até o teto de quatro faces cada, estampado com fotos formando um recorte temático para cada face.
Para mim, foi uma imersão na palavra diversidade no mundo. Numa face que celebrava as mídias, jornais, rádios e outras dividiam as fotos com as pessoas retratadas. Em outra face que mostrava os compromissos pelo mundo, pude ver uma união indiana, um casamento da família tradicional brasileira e uma troca de alianças de um casal gay.
Todas as fotos ficavam sob algum guarda-chuva, onde o que importava era a palavra principal, em destaque, o tema. E só! Não importa se o pai de família da foto estava em um país árabe com suas esposas e filhos ou nos Estados Unidos com seu marido, filho e cachorro.
Era tudo família! Isso somado à ambientação sonora, que misturava diversos ruídos, músicas e falas, criava um (baixinho) caos no ambiente. Era uma profusão de diversidade tão forte que comecei a chorar. Acredite ou não. Quando viajo, já percebi que me emociono com coisas muito simples que o mundo me dá. E aquele momento foi um deles.
Saindo desse cubo, onde ocupei a maior parte do meu tempo olhando cada uma das fotos, entrei num círculo formado por 6 telões imensos de alto, bem impositivos, todos inclinados em direção ao centro da roda, onde ficava um pufe grandão para as pessoas deitarem para assistir as mensagens impactantes que passavam em todos eles ao mesmo tempo.
Uma continuação do caos, criado pelo ser humano na natureza, mostrando os impactos do nosso querer mais e mais, usar mais e mais. Me senti uma formiguinha e uma ameaça da natureza: “é, humanos, é melhor segurar a onda, senão a onda vai engolir vocês!”.
Recapitulando, passamos pelos conceitos básicos do Universo, a formação mais básica da Terra como planeta, a ocupação de animais com a exploração do genoma, a beleza da diversidade humana e o que ela tem de mais lindo até uma perspectiva horrível de futuro se as coisas não mudarem.
Para fechar, uma área grande, uma concha de madeira bastante espaçosa para contrapor ao caos esmagador dos telões, com uma luz leve e um cajado aborígene no meio, sozinho, em destaque. Esse cajado representa a costura que deve ser feita entre a história para que se possa pensar no amanhã.
Não é à toa que o Museu do Amanhã se chama assim.
E no final, um observatório de vidro com vista para a Baía de Guanabara através do espelho d’água com uma escultura que fica na parte de trás do museu, aberta ao público que ali passar. E cheguei lá bem na hora do pôr do sol. Então consegui fotos lindas e uma inspiração para pensar no meu futuro.
Vale a pena visitar o Museu do Amanhã?
Olha, se você não se convenceu até aqui, volte ao início e leia tudo novamente! Já falei aqui que não sou um cara de museus, meu óculos quebrou logo na entrada e eu tinha ido pra lá com malas. Consegui, no tempo que fiquei no Museu do Amanhã ver só uma parte dele. E mesmo assim, fiquei encantado e com muita vontade de voltar.
Se vale a pena? Vale MUITO a pena!
Lá dentro tem um café (com coisas bem gostosinhas) e uma lojinha de souvenirs, ambos bem caros. Talvez pra compensar o ingresso barato. 🙂
NOZ – Programa de Amigos do Museu do Amanhã
Há um programa chamado NOZ, que visa incentivar a comunidade ao redor do museu a contribuir financeiramente para ajudar a mantê-lo em funcionamento, em troca de alguns benefícios exclusivos, como:
- Entrada gratuita e expressa todos os dias de funcionamento do Museu (amigo + acompanhante);
- Carteira impressa de “Amigo do Museu”;
- Convite para abertura de exposições;
- Desconto e ofertas especiais na loja, café e restaurante do Museu do Amanhã;
- Visitas às exposições criadas especialmente para os participantes do programa;
- Inscrição prioritária em eventos;
- Notícias em primeira mão sobre a programação do museu;
- Visitas mediadas mensais realizadas por educadores;
- Oportunidade para participação ativa dos membros por votações online e pesquisas;
- Realização de encontros temáticos especialmente para os membros do programa.
A contribuição é anual e pode ser Individual (R$ 200), Familiar (R$ 400), Verba Curta (pra quem quer ser Amigo do Museu, mas não pode pagar o valor integral) e o que não tem nome, mas tô chamado de Bom Coração (pra quem pode contribuir com mais dinheiro do que o que eles pedem no programa). E os benefícios são iguais para todas as categorias. Todo mundo é igual e ponto. Contribui mais quem pode e quer.
Se eu morasse no Rio de Janeiro (e perto do Museu do Amanhã), consideraria contribuir. É um projeto lindo e que merece ser incentivado por todos os lados. O museu é uma iniciativa da Prefeitura do Rio com a Fundação Roberto Marinho, com patrocínio do Santander e apoio de muita gente, entre outros do Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Governo Federal. Acho importante ressaltar as poucas vezes que nossos governantes acertam. 😉
Como chegar no Museu do Amanhã?
O Museu do Amanhã fica na zona portuária do Rio de Janeiro, com vista para a Baía de Guanabara e próximo ao Centro. A maneira mais prática de chegar lá pra mim foi pegar o metrô, descer na estação Carioca ou na estação Candelária e de lá pegar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos, conhecido como Light Rail ou tram lá fora). O VLT liga o Aeroporto Santos Dumont (SDU) com a Rodoviária Novo Rio. Você deve pegar no sentido Rodoviária e descer na Parada dos Museus, bem em frente ao Museu do Amanhã.
Ainda esse mês, a passagem do VLT não está sendo cobrada, então aproveite. Depois disso, os funcionários me disseram que será cobrada o mesmo preço de uma passagem de ônibus. Eu gostei bastante desse VLT, achei bem moderno e prático. As paradas são em pequenas plataformas na rua mesmo, assim como vi em Frankfurt, na Alemanha, com meu pai. Por enquanto, ainda demora até 20min entre um VLT e outro, não sei se está nos planos esse tempo ser reduzido, por isso encheu um pouco a plataforma até ele chegar. Mas eu acabei usando na hora de rush (e ainda de óculos de sol, né?) e não estava tão cheio assim, apesar do movimento intenso.
Se não quiser pegar o VLT, da estação Uruguaiana do metrô, dá pra ir a pé por uns 15min por essa rota aqui.
Caso chegue ao Rio de trem na estação Central do Brasil, você pode caminhar por 15min ou pegar o ônibus da linha 225.
Se você optar por ir de bike, tem 120 vagas no bicicletário na Praça Mauá, onde fica o museu.
Para ver os ônibus que vão pra lá, consulte o site Vá de Ônibus.
Quem for de Niterói, Ilha do Governador e Paquetá, pode também chegar de barca até a Praça XV e caminhar por 20min até o museu ou pegar uma das 20 linhas que vão para a Praça Mauá.
Só não vá de carro. Não tem estacionamento lá não.
Museu do Amanhã
Endereço: Praça Mauá, 1 – Centro – Rio de Janeiro / RJ
Horário de funcionamento: terça a domingo, 10h às 17h
Compra de ingressos: pela internet ou na bilheteria (o encerramento das filas pode ocorrer até 4h antes do fechamento da bilheteria e está sujeito a mudança diariamente, sem aviso prévio)
Na Internet: site / programação / facebook / instagram / twitter / youtube
Tem alguma outra dica sobre o Museu do Amanhã? Deixe nos comentários pra ajudar outros viajantes!
Reserve hospedagem no Rio de Janeiro
[Post originalmente publicado em 18/07/2016 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 08/12/2019]
8 Comentários
Filippe
do que adianta ganhar o mundo inteiro
e perder a sua alma?
Rafael Leick
Oi, Filippe, tudo bem?
Não entendi seu comentário…
Gustavo Wendel
Top demais, principalmente à vista para a Baía de Guanabara ao pôr do Sol, muito lindo mesmo. Obrigado pelas dicas!
Rafael Leick
Magina, Gustavo. Eu que agradeço o comentário. É lindo mesmo! <3
Gustavo Wendel
Muito bacana a foto da Baía de Guanabara, muito bonita mesmo.
Rafael Leick
Valeu!!! 😉
Priscila
Oi Rafael! Vou viajar para o Rio domingo que vem e queria visitar o museu antes de ir para o Hotel. Então como você colocou ali que estava de mala e foi ao guarda-volumes, te pergunto, é tranquilo pra deixar uma mala de rodinhas dessas de tamanho máximo para bagagem de mão? Na verdade serão duas. Será que corremos o risco de chegar lá e estar tudo cheio? Não achei nenhuma informação sobre isso no site deles e tb não tem telefone de contato. Desde já te agradeço pela atenção.
Rafael Leick
Oi Priscila, tudo bem?
Eu usei uma dessas de tamanho de bagagem de mão na época. Foi bem sussa. Acho que não tem problema, até porque não é todo mundo que usa, né? 🙂
Se quiser ficar mais tranquila, use um dos canais de contato do museu para tirar a dúvida antes: https://museudoamanha.org.br/pt-br/content/fale-conosco 😉
bjs