18 de fevereiro de 2014

Porque a Avenida Paulista é a cara de São Paulo

Toda cidade tem seus cartões postais. São Paulo não tem muita fama pra turismo e as coisas mais importantes de se fazer por aqui não parecem muito atraentes em um cartão postal. Parece bem monótono na verdade, ver aquele monte de prédio. O centro da cidade tem uma arquitetura um pouco diferente da maior parte da cidade, mas infelizmente, ainda não é o lugar mais tranquilo do mundo pra se andar, certo? Mas se tem um lugar que é uma delícia de andar em Sampa e que tem a cara da cidade, é a Avenida Paulista (ou só “a Paulista”, como o pessoal chama por aqui).

E por que esse lugar com um monte de carro, ônibus e pencas de gente é tão legal? A Paulista, pra mim, é uma metáfora de São Paulo, uma condensação da metrópole, ou de boa parte dela.

 

Avenida Paulista é a cara de São Paulo?

Tanto a avenida quanto a cidade tem uma imensa diversidade. Essa é a palavra-chave. Diversidade. De lugares pra comer, pra curtir a noite, pra comprar, galerias, cinemas e points de cultura, desde o que é mainstream até o que é mais alternativo. E, principalmente, diversidade de gente, do povo paulistano (ou crescido e criado aqui).

Você vê de tudo. Skatistas, senhoras, executivos, gays, estudantes, hipsters, baladeiros, galera do happy hour, sambistas, rockeiros, religiosos, héteros, crianças, consumistas e mais um monte daquelas categorias que a gente inventa pra tentar classificar as pessoas que, em essência, são somente pessoas. E da forma mais interessante que o Brasil poderia oferecer: diversas. Cada pessoa é diversa em si só, e tem várias dessas tribos dentro de si.

Detalhe de um prédio espelhado próximo à Rua da Consolação, na Avenida Paulista, em São Paulo

Detalhe de um prédio espelhado próximo à Rua da Consolação, na Avenida Paulista, em São Paulo

Detalhe dos prédios da Avenida Paulista, em São Paulo

Detalhe dos prédios da Avenida Paulista, em São Paulo

E esse lenga-lenga todo é pra contar que a região da (Avenida) Paulista é uma reunião de tudo isso. E mais um pouco. Não são todos, porque isso muda a cada dia numa cidade onde tudo acontece muito rápido e não vou lembrar de tudo agora, mas vamos listar a alguns itens importantes que você pode encontrar na Avenida Paulista e seus arredores:

  • Shoppings centers grandes, como o Pátio Paulista, Frei Caneca e Center 3;
  • Salas de cinema, como Reserva Cultural, CineSesc, CineBombril, Espaço Itaú;
  • Centros culturais, como FIESP, Itaú Cultural, Casa das Rosas, Sesc Avenida Paulista e o MASP;
  • Centros de compras e galerias menores como o Top Center, o Boulevard Monti Mare, o antigo Stand Center;
  • Áreas de lazer e descanso como o Parque Trianon, o espaço aberto em frente à FIESP;
  • Universidades como Anhembi Morumbi e Cásper Líbero;
  • Cafés como Urbe, Athenas, Fran’s Café e (muitas) Starbucks;
  • Restaurantes e churrascarias pra todos os gostos como o Spot, Ráscal, Pátio da Luz e Tirrenos;
  • Bancos como Safra, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú, Santander;
  • Áreas de aproveitamento do espaço urbano como a praça em frente o shopping Pátio Paulista e a calçada próxima à Rua Frei Caneca, ambas tomada pelos skatistas que treinam ali suas manobras;
  • Hospitais como o Santa Catarina e o Nove de Julho;
  • Consultórios de todas as especialidades e laboratórios;
  • Prédios comerciais com todo tipo de trabalho;
  • Prédios residenciais;
  • Igrejas;
  • Casas noturnas como Inferno, Vegas, Funhouse e A Lôca;
  • Mais um monte de coisa que vou poupar pra não fazer um post bíblia.
Prédio da FIESP, na Avenida Paulista, em São Paulo

Prédio da FIESP, na Avenida Paulista, em São Paulo

No meio de tudo isso, tem o Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). A arquitetura do prédio é bem famosa, mesmo fora do Brasil, por ter um imenso vão livre embaixo do museu, que é uma “caixa” sustentada por 4 pilares vermelhos, projetado pela famosa arquiteta Lina Bo Bardi. É muito legal de ver. E dá um medo daquele negócio despencar. Toda vez eu acho que o meio dele tá envergando e uma hora vai quebrar… desde pequeno. Mas ele tá lá, inteirinho e lindo toda vez que passo por lá. Mas descobri que há uma manutenção a cada 5 anos para manter a estrutura de pé. Sabia dessa?

É sempre no vão do MASP que as coisas acontecem. Tem uma feirinha que rola lá aos domingos das 10h às 17h, e todas as manifestações que passam pela Paulista começam no MASP. É ali que a galera se reúne pra situações que vão desde os protestos que tomaram conta do Brasil em junho de 2013 até a Parada do Orgulho LGBT+, que reuniu cerca de 220 mil pessoas em 2013 e é a maior parada LGBTQIA+ do mundo, sendo inclusive um dos principais eventos no calendário da prefeitura, por gerar receita pra cidade através do turismo.

Minha amiga italiana Elisa brincando na Paulista, em frente ao MASP à noite

Minha amiga italiana Elisa brincando na Paulista, em frente ao MASP à noite

Manifestação no vão livre do MASP

Manifestação no vão livre do MASP

Então, o MASP, a Paulista e a Rua Augusta, rua que mistura o underground e o elitista cruzando a Avenida, formam ali uma tríade da voz de São Paulo. As coisas meio que começam ali para serem tendências no resto da cidade. Ou para serem ouvidas. Todo mundo querendo se expressar de alguma maneira. E isso é ótimo, movimenta socialmente nossa cidade.

São Paulo já não é mais a terra da garoa, mas é uma terra de gente boa.

 

Tá vindo pra São Paulo? Reserve sua hospedagem.

 

[Post originalmente publicado em 18/2/2014 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 23/12/2020]

 

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Sobre Rafael Leick

Rafael Leick

Criador dos projetos Viaja Bi!, Viagem Primata e ExploraSampa, host do podcast Casa na Árvore e colunista do UOL. Foi Diretor de Turismo da Câmara LGBT do Brasil. Escreve sobre viagem e turismo desde 2009. Comunicólogo, publicitário, criador de conteúdo e palestrante internacional, morou em Londres e São Paulo e já conheceu 30 países. É pai do Lupin, um golden dog. Todos os posts do Rafael.

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