A cidade de Frankfurt (am Main), na Alemanha, é bem cosmopolita e com jeitão de cidade grande. Apesar disso, tem um ar de interior e não o mesmo das tão loucas metrópoles. O United Hostel Frankfurt City Center pega esse espírito de agitação e manda ver na decoração. Mas na prática, assim como a cidade, tem um espírito mais tranquilo. Pra mim, a combinação perfeita pra um hostel em Frankfurt, onde começaria meu mochilão com meu pai.

[atualização 9/8/20: o hostel aparece como fechado permanentemente, busque outros hostels em Frankfurt]

Hostel em Frankfurt: United Hostel Frankfurt City Center

Hostel em Frankfurt: Recepção do United Frankfurt

LOCALIZAÇÃO 📍

Esse é o ponto forte. Localizado a poucas quadras da estação central da cidade (Frankfurt Hauptbahnhof), tem acesso fácil à toda cidade e aos principais pontos turísticos pela malha ferroviária. Mas, na real, dá pra fazer praticamente tudo a pé. Talvez você use o metrô ou trens pra ir pra balada à noite por preguiça, mas pra bater perna durante o dia, tá muito bem servido. A antiga sede do Banco Central Europeu, por exemplo, que tem o famoso símbolo do Euro na frente, pode ser vista dos quartos que tem janela pra rua.

AGREGADOS DO BEM 🎀

Pra sua estadia ali ser bem aproveitada, vale a pena saber que eles oferecem um walking tour gratuito no próprio hostel, é só deixar seu nome anotado pro próximo horário disponível. Vale ressaltar que também “agregam valor ao camarote” os arredores do hostel, que tem uma loja de 1 Euro (tipo as nossas de R$ 1,99), mercadinhos, um McDonald’s vizinho (ao qual não cedi à tentação, rá!), lojas de telefonia caso você precise comprar um chip alemão, padarias e restaurantes. Tudo na mesma rua.

CAFÉ DA MANHà☕

O café-da-manhã custa €4.50 e oferece café e chá, leite, pão, suco de maçã e laranja, iogurte, frios, manteiga, geleia. Além disso, você ainda pode pegar uma maçã pra comer mais tarde. Não tem nada de mega especial, mas é bem honesto, comemos os dois dias lá. Caso você opte por não tomar seu desjejum por lá, tem uma padaria pertinho. A TV ficava sintonizada na BBC britânica, o que pode ser uma decepção pra alguns que queiram ver TV alemã, mas fica bem mais fácil de você se antenar com as notícias em inglês, caso não domine a língua germânica.

LIMPEZA ✨

Tinha lido alguns reviews sobre o hostel antes de fazer minha reserva e alguns deles falavam mal desse quesito mas eu, pessoalmente, não tive nenhum problema. O ponto isolado foi só que um dos banheiros da área comum, o que usei (as privadas são fora dos quartos), que estava com um cheiro ruim em um dos dias, mas foi pontual. Só que estava sem papel toalha pra enxugar as mãos depois de lavá-las. De resto, sem reclamações. Inclusive foi um ponto que meu pai ressaltou, ele achou tudo bem limpo: camas, quarto, banheiros.

INTERNET 💻

Pééééhhhh!!! Ponto negativo. Apesar de pegar no hostel todo, o WiFi era muito muito lento, com velocidade de 256kbps. O plano de celular pré-pago que eu comprei tinha 1Gb. Além disso, pela rede, você consegue conectar só por 3h. Depois disso, continua de graça, mas tem que conectar de novo, o que é bem chato. Os computadores perto da recepção são um pouco mais rápidos, mesmo assim, não é nenhum Senna na velocidade. Tá mais pra Rubinho. 😛

TOMADAS 🔌

Tomada individual pra cada cama é item obrigatório pra mim, e o United fez a lição de casa. Tem tomadas individuais, além de outras poucas espalhadas.

QUARTOS 😴

Esses são bem legais. As instalações são bem novas. As beliches são bem modernas e firmes, o que impede barulho de quem está subindo na cama e os sacolejos durante a noite. Os armários individuais são gigantes, o que achei incrível. Cabia meu mochilão, minha mochila menor e mais um monte de coisa. Ponto super positivo. E seu cadeado vai servir ali, não é daqueles que você pode levar o seu, mas ele nunca cabe na fechadura e você tem que comprar outro, sabe? Apesar de o hostel anunciar que tem luz de leitura individual, não tinha. Pra mim não faz tanta diferença, mas se alguém tem esse critério como base, poderia se decepcionar. Talvez em outros quartos com menos camas tinha. No meu, que era um quarto com 10 camas, não tinha. O que é muito bom é a temperatura. Os quartos são bem quentinhos, mas sem aquele exagero de você acordar pingando. No ponto! Um dos quartos, tem uma varanda e vista pra rua, de onde dá pra ver o símbolo do Euro numa ponta da rua e a Hauptbahnhof na outra ponta.

BANHEIROS 🛀

No meu caso, que fiquei num quarto com 10 camas, tinha um banheiro fechado lá dentro pra tomar banho além de uma pia com espelho separado dentro do quarto, mas fora do “banheiro” pra quem precisasse usar. Então eram 2 pias (uma no banheiro e uma fora) e um box pra banho com chuveiro bem quentinho. Os banheiros de xixi/cocô eram do lado de fora, compartilhados. É ruim de ter que se deslocar, mas é bom porque se alguém caprichar ali, não empesteia o quarto todo, né? E, se for você que estiver empestiando de forma barulhenta, não vai ficar constrangido dos seus colegas de quarto estarem ouvindo sua sinfonia. 😛

ÁREA COMUM 🏨

No hall de entrada, tem um carro dentro do hostel, umas mesinhas com bancos altos, que seguem até a área da recepção, passando a primeira porta. Na recepção, tem um bar com só um balcão, que eu não entendi se funciona 24h ou não. Eles tem um anfiteatro, que funciona pra eventos (externos, pelo que entendi) e eles disseram que tem uma programação cultural semanal por lá também, que os hóspedes podem aproveitar. Eles anunciam que tem uma balada no hostel, mas ela ainda não está pronta. Na verdade, acho que não está nem sendo construída ainda. Ponto negativo. A chill-out area (área de relaxamento) é bem legal e integrada com a cozinha de uso comum. Tem mesas, poltronas, jogos de tabuleiro à disposição, pebolim e mesa de sinuca. Mas eu só descobri esse pedaço desse hostel em Frankfurt no último dia, eles não anunciaram muito.

ATENDIMENTO 💁

Esse fato de eu ter descoberto a chill-out area só no último dia exemplifica algumas das falhas no atendimento. No check-in, não tem uma apresentação inicial do hostel, explicação do que tem disponível, do que não tem, do que você pode aproveitar etc. e isso fez falta. Tive também um problema com a “reserva” das camas. Eles me deram o número das nossas camas e uma etiqueta pra colar na cama, mostrando que aquela cama estava ocupada pelo Sr. Leick. Pois bem, chegando lá, nossas camas já estavam ocupadas. Peguei duas livres, mas falei na recepção que algum engano deve ter acontecido e o atendente não se mostrou muito solícito ou disposto a ajudar, foi meio que “se vira”. Acabei ficando na outra cama mesmo. Não foi um enorme problema, mas foi meio broxante não ter um atendimento mais atencioso. Coisa de brasileiro. O rapaz do balcão de informações, logo na entrada, foi bem mais simpático. Então, num geral, achei o atendimento mediano.

NÍVEL DE BARULHO 📢

As janelas são antirruído, o que ajuda bastante a vedar o som nos quartos. Mas as portas dos quartos, que abrem e fecham com cartão, são muito barulhentas para abrir e fechar. Então, se você chegou tarde da balada e quer entrar sem acordar ninguém, talvez você fique um pouco frustrado. Mas, no quesito barulho, esse é o único ponto negativo. Como falei, em essência, o hostel (e a cidade), são bem relax, apesar da atmosfera de agito. Então, não achei barulhento não. E, na recepção, tocam uns mash-ups bem legais, mesclando várias músicas. Curti!

HÓSPEDES 👥

Quando vi o hostel online antes da viagem, achei que pelo ambiente cheio de neon, seria só a tchurminha da balada que estaria por lá, o que me preocupou um pouco, já que estaria com meu pai, que tem 55 anos e aprecia uma boa noite de sono. Mas me surpreendi, porque o público é bem variado, tem uma galera na faixa dos 30, 40 anos, além dos mais novos, então o mix é bem válido. O ambiente é bem jovem e moderno, meu pai achou até um pouco moderno demais. 😛 Pelo que ele, brincando me disse, tanta luz e quadros de figuras humanas na parede, trouxe a imagem de um bordel pra cabeça dele. Mas não é! Apesar da região mais central, é um hostel de família, tá? Tanto é que ele gostou. O perfil da galera que fica lá, pelo que notei, não é tanto de mochileiros. É mais no estilo “mala de rodinhas”, que também cabem no armário e podem ter donos bem interessantes. 🙂

EXTRA EXTRA 👾

A chave requer um depósito de €10 cada (se não me engano), que é devolvido no final da estadia. Como na maioria dos hostels hoje, você deve ter sua própria toalha, ou alugar por lá. Eles anunciam uma academia, que eu não vi por lá e um snack-bar com varanda, que também não encontrei, a não ser que seja a parte onde rola o café-da-manhã que se modifica, mas se for isso, não fiquei sabendo. Se você precisar passar roupa, eles oferecem esse serviço e os lençóis que eles anunciam como sendo pagos à parte, estão na verdade inclusos na diária. Na escada que desce da recepção, tem uma vending machine de cigarros, caso você fume, mas vale lembrar que só pode fumar na rua. O restaurante à la carte, o caixa eletrônico, o espaço pra troca de moedas e a massagem que eles anunciam, não vi nem o cheiro. Se tinha, também não avisaram. Mas eles têm elevador e dizem que oferecem serviço de babá, pra quem interessar.

UHUUUL E BLEARGH 👍👎

O uhuuul fica pra localização e modernidade. O bleargh divido entre a Internet bem ruim e o fato de anunciarem algumas coisas que na verdade não tem.

E AÍ? VALE A PENA 📋

Frankfurt não é o lugar com hostels mais baratos na Alemanha e o United Hostel Frankfurt City Center não fica de fora, mas das opções que eu tinha, achei essa a melhor opção de hostel em Frankfurt, com melhor custo benefício. A localização vale a pena e, apesar dos vários pequenos problemas, achei tudo bem agradável e recomendo a estadia por lá. Então, vale a pena!

FOTOS 📷

Hostel em Frankfurt: United City Center

Endereço: Kaiserstraße, 52, Bahnhofviertel, Frankfurt am Main, 60329

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Esse post faz parte da viagem Dando a Volta na Tcheca, viagem que fiz com meu pai por 15 dias pela Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria e Polônia, em janeiro e fevereiro de 2015.

[Post originalmente publicado em 19/2/2015 no Viagem Primata (ex-The Way Travel) e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 9/3/2020]

[atualização 9/8/20: o hostel aparece como fechado permanentemente, busque outros hostels em Frankfurt]

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Sobre Rafael Leick

Criador dos projetos Viaja Bi!, Viagem Primata e ExploraSampa, host do podcast Casa na Árvore e colunista do UOL. Foi Diretor de Turismo da Câmara LGBT do Brasil. Escreve sobre viagem e turismo desde 2009. Comunicólogo, publicitário, criador de conteúdo e palestrante internacional, morou em Londres e São Paulo e já conheceu 30 países. É pai do Lupin, um golden dog. Todos os posts do Rafael.

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