Mais um dia incrível no Mochilão no Peru. Hoje acordamos, passamos parte do dia e acabei nadando pelado no Titicaca, lago navegável mais alto do mundo, na fronteira do Peru com a Bolívia.

 

MOCHILÃO NO PERU – DIA 19 – 3/3 – QUINTA

Nadando pelado no Titicaca e noite em Puno

Eu e o Vince acordamos bem cedo, às 4h30, já que o café estava prometido pras 5h30, mas queríamos tomar banho antes. Mas como não achamos sinal de chuveiro, voltamos a dormir, acordamos às 5h, nos trocamos, arrumamos as coisas e olhamos pela janela. Como não tinha sinal nenhum de gente, voltamos a dormir mais uma vez.

Levantamos às 6h e o pessoal já tava na cozinha preparando o café-da-manhã. Mais uma refeição muito deliciosa na Ilha Amantani com a família que estava recebendo a gente. O patriarca foi super simpático com a gente todo o tempo, batendo papo e eu traduzindo do espanhol que eles aprendem na escola pro inglês do Vince e da Güro. O guia comentou que poderíamos ou não deixar uma gorjeta pra família no final da estadia. Deixamos S./ 10 pelos três.

Tiramos uma foto com eles e a Fani nos levou até o porto, onde nos despedimos de uma experiência incrível e pegamos o barco que em 1h nos deixou na Ilha Taquile. Essa, apesar de muito bonita, foi menos interessante que a outra.

Fizemos um “trekking” do porto até a Plaza de Armas, parando no caminho pra comprar uns braceletes e a Güro comprar um colar. Nessa ilha, eles são mais tradicionais que nas outras duas e tem algumas características interessantes. Ali, os homens e meninos também costuram. Eles fazem as roupas das mulheres e elas fazem as deles. Achei bem legal isso.

E cada roupa e cada cor de roupa tem um significado diferente, mostrando se o cara é solteiro ou casado, se a mulher está feliz ou triste, se ela quer ou não dançar com um cara numa das três festas anuais da ilha, se ele vai ou não aceitar dançar com ela (são as mulheres que tiram eles pra dançar). Bem interessante.

Na Plaza de Armas, vimos uma lojinha com gorros, cachecóis, luvas, bolsas e mais coisas feitas pelos locais e o guia deu algumas dessas explicações sobre os costumes dos habitantes e curiosidades. Nas festas, vem gente de outras ilhas e das penínsulas pra celebrar juntos, fazer amigos e conhecer possíveis pretendentes.

As crianças tem o sexo diferenciado basicamente pela cor da ponta do gorro, branco pros meninos e marrom pras meninas. E é pelo gorro porque meninos também podem usar saias e nenhuma das crianças tem o cabelo cortado até seus 6 ou 7 anos. Nessa idade, o pai escolhe alguém que vai fazer o primeiro corte de cabelo e essa pessoa é tipo o padrinho ou madrinha da criança. As mulheres só cortam cabelo essa vez na vida toda, porque seu cabelo é considerado a melhor lã pra fazer as roupas. E é colocado no cinto que eles trocam em vez de alianças.

Ali, fui no banheiro de um restaurante (pagando S./ 1, claro) e a situação continuava deplorável. Depois seguimos subindo mais e no caminho, o guia explicou que o caminho principal é o que tem os arcos de pedra (ligam os portos à Plaza de Armas).

Os caminhos que não tem os arcos não levam a nenhum lugar mega importante. Explicou também que são 6 comunidades nessa ilha e eles se consideram todos como uma grande família.

Todos os caminhos e casas foram construídos por eles mesmos. Quando alguém já tem todo seu material pra construir sua casa, vai até a Plaza de Armas no domingo, principal dia de reunião da ilha toda, e comunica que vai construir sua casa em tal dia. Nesse dia, vem todo mundo da ilha ajudar e a casa fica pronta em poucas horas. Esse é o esquema “eu por você, você por mim”.

Um dos moradores, que foi fazer universidade fora, descobriu que poderia mudar também o sistema de água que, até 2013, consistia em os moradores descerem até o lago, e trazer nas costas pras suas casas. Ele conseguiu o investimento e construiu um sistema de bombeamento de água que leva pra torneiras nas ruas por toda a ilha. E isso faz só 3 anos! 😮

Dali fomos para o ponto mais alto, onde tem um restaurante e uma vista panorâmica para almoçar. Como o menu com truta (dizem ser maravilhosa, mas não como peixe) ou omelete saía por S./ 20, achamos meio caro e pedimos só a sopa de quinoa e pão com vinagrete, por S./ 5.

Dali iríamos pro barco, mas teríamos 20min até a hora de sair. O guia falou que poderíamos nadar ali, se quiséssemos. Eu, o Vince e a Güro quisemos. Mas não tínhamos roupa de banho, então nadamos pelados! 😛 Isso mesmo, peladões. Mostrei o peru no Peru. 🙂

Como na casa de família na Ilha Amantani não tinha chuveiro, tomamos banho ali na beira do lago mesmo. E foi mega divertido! A água estava gelada, mas nada que não desse pra aguentar. Nadar pelado no mais alto lago navegável do mundo? Check! ✓

Voltamos pro barco e quando saímos, aproveitamos pra fritar um pouco no sol na parte de trás do barco enquanto o pessoal do nosso grupo, beeeeeem chato, estava lá dentro sem querer se comunicar muito com a gente. 🙁 Ainda bem que estávamos os três juntos, se eu estivesse sozinho, morreria de tédio com aquele pessoal chato.

Depois de umas 2h30 chegamos à Puno. A agência que levou a gente tinha uma van do porto pra onde estivéssemos na cidade. Pedimos pra deixar a gente no terminal de ônibus pra já comprarmos a passagem pra Cusco. Conseguimos barganhar por S./ 28. Foi o mais baixo que conseguimos, pela companhia Huayruro. Sairemos às 22h e chegaremos em Cusco às 5h. Amanhã conto como foi a experiência com eles. Além da passagem, já pagamos a taxa do terminal, de S./ 1,50.

Voltando pro Cozy Hostel pra pegar nossas coisas, passamos na farmácia pra comprar manteiga de cacau (S./ 5) e no mercado local pra Güro comprar frutas e coisas pra comer. Ela voltou pra cozinhar pra ela mesma e eu e o Vince fomos procurar na rua onde comer.

Achamos um restaurante chamado Vikingos, que é inspirado na cultura viking e o menu estudante saiu por S./ 10. Tinha chuleta ou frango junto com batatas, salada, chorizo e um copo de chicha morada. E ainda tinha WiFi (eu não consegui conectar, mas o Vince sim), ar condicionado e tomadas, onde já demos uma carga no celular.

Voltamos pro hostel, arrumamos as malas e botamos as coisas em ordem pra sair daqui a pouco. Devemos rachar um táxi até o terminal de ônibus e dormir até chegar em Cusco, pois estamos bem cansados.

Tô bem contente de ter conhecido os dois, os dias que estamos passando juntos estão sendo muito, muito divertidos e cheio de experiências incríveis pra contar, como vocês estão vendo aqui.

Amanhã falo direto de Cusco, ok? Até! 😉

 

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 Veja tudo sobre meu mochilão no Peru 

 

[Post originalmente publicado em 03/03/2016 no Viagem Primata e migrado por seu autor para o Viaja Bi! em 25/11/2018]

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